Fonte: Sindigás

Cristiane Freitas Lyra

Mesmo com uma sofisticada logística de distribuição, os 35 milhões de botijões vendidos mensalmente em todos os municípios brasileiros circulam pelas residências e alguns tipos de estabelecimentos comerciais com eficiência, agilidade, segurança e o mais importante: sem deixar resíduos. A embalagem que sai vazia da casa do consumidor retorna à base para ser abastecida com GLP e, mais tarde, é distribuída para as revendas até chegar ao cliente.

O fluxo circular que entrega um combustível de queima limpa em uma embalagem amigável do meio ambiente não gera lixo mesmo com a inacreditável marca de 15 botijões entregues por segundo. É importante salientar que o botijão é uma embalagem retornável que não tem prazo de vencimento ou validade. O botijão tem idade e as suas condições de funcionamento são rigorosamente monitoradas pelas empresas distribuidoras.

A responsabilidade socioambiental das distribuidoras com a sustentabilidade das suas atividades é pautada no cumprimento de normas. Há uma específica para os recipientes de GLP, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece um minucioso roteiro de inspeção e avaliação da qualidade dos botijões antes do envase.  Todo botijão considerado impróprio, por critérios indicados na norma, são levados a uma oficina de requalificação, onde o botijão é testado quanto a sua real capacidade de prosseguir em funcionamento com a segurança necessária para o transporte e armazenamento do gás.

Enquanto o mundo moderno em que vivemos criou uma série de produtos descartáveis, como fraldas, canudos plásticos, garrafas pet e embalagens de isopor, as empresas distribuidoras do botijão de gás não entraram nessa “onda”. À primeira vista, os descartáveis parecem trazer facilidade e conforto, mas são totalmente incompatíveis com uma sociedade de consumo que precisa buscar a sustentabilidade como forma de assegurar a sua sobrevivência e a das gerações futuras. O nível de saturação dos aterros sanitários e a proliferação de lixões são sinais de que esse modelo é fadado ao fracasso. Aos poucos, felizmente nasce um movimento em prol do retornável, mas vale registrar que esse atributo nunca esteve dissociado do botijão de gás, uma embalagem segura e retornável presente no mercado há mais de 100 anos.

A vida útil de um botijão é bastante longa se comparada a de outros bens duráveis. A primeira requalificação deve ser efetuada ao se contabilizarem quinze anos de sua fabricação. A partir disso, o prazo de validade para nova vistoria é a cada dez anos. Todo recipiente precisa sofrer nova aferição antes do intervalo estabelecido, se não for aprovado na seleção visual ou na inspeção antes do enchimento. Define-se como requalificação o processo periódico de avaliação, recuperação e validação de um recipiente transportável de GLP, determinando ou não sua continuação em serviço. Todos os botijões, incluindo aqueles aparentemente sem danos, necessitam submeter-se, de forma individual, aos respectivos testes.

Ao fim da sua vida útil, o botijão é inutilizado e esse processo também obedece a procedimentos-padrão, devendo ser informado à ANP. Os botijões retirados de circulação são encaminhados principalmente a grandes siderúrgicas, que utilizam sucatas na fabricação de alguns produtos. Até no seu descarte, o botijão permanece amigo do meio ambiente, obedecendo a princípios ecossustentáveis.

Cristiane Freitas Lyra é gerente de Comunicação e Marketing do Sindigás.

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