Fonte: Petronoticias
Os 13 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiram nesta quinta-feira (20) aprovar o indicativo de suspender temporariamente a greve dos petroleiros, que durou 20 dias. É um importante passo para que as partes comecem uma nova etapa nas negociações. Amanhã (21), em Brasília, será realizada uma audiência de mediação proposta pelo ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Por parte da Petrobrás, a expectativa para a reunião desta sexta-feira é positiva, conforme afirmou o diretor de Relações de Institucionais da companhia, Roberto Ardenghy. “A reunião tem a precondição de retorno imediato dos trabalhadores. Estamos coletando informações de todas as unidades para saber da paralisação do movimento [grevista]. Vamos com o espírito desarmado com respeito à medição que será feita pelo TST”, afirmou o executivo.
Na visão do diretor, o pacote de desligamento oferecido pela Petrobrás é bem “competitivo”, contendo uma indenização reforçada, assistência médica e educacional, além de um programa de requalificação profissional. “Achamos que estamos oferecendo um pacote bem competitivo, mais do que o de outras empresas do mercado”, acrescentou.
A Comissão de Negociação da FUP, que ocupava uma sala da sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, já deixou o local e estará presente em Brasília para a reunião de amanhã. A greve tem como pauta a suspensão imediata do programa de demissões de 1.000 funcionários (diretos e indiretos) da Fábrica de Fertilizantes da Petrobrás em Araucária (Fafen-PR/Ansa).
CASTELLO BRANCO: “ESTAMOS PREPARADOS PARA UMA LONGA GREVE”
Durante entrevista coletiva na tarde de hoje, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, disse que a companhia está preparada para uma “longa greve”, caso as negociações com os trabalhadores não avancem e a paralisação seja retomada.
“A Ansa é uma empresa que foi comprada em 2013. Ela não foi criada pela Petrobrás. Foi uma das decisões irresponsáveis que contribuíram para o quase desmonte da companhia. Ela funciona como relógio suíço: todo ano dá prejuízo”, afirmou.
O executivo disse que a Petrobrás tentou vender a fábrica, mas sem sucesso. “Diante da falta alternativas, não é justo que a Petrobrás carregue esse prejuízo para sempre. Não estamos aqui para desperdiçar dinheiro. Então, a decisão é fechar e demitir 396 funcionários [diretos]”