Fonte: UOL

Depois do álcool gel e máscaras médicas descartáveis, outro item começou a ser mais procurado pelos consumidores em alguns pontos de São Paulo: o gás de cozinha em botijão (a cidade também é abastecida por gás encanado). O UOL entrou em contato com revendedores em diferentes regiões da capital, que relataram uma redução na oferta do produto. Distribuidoras negam risco de desabastecimento

No varejo, uma explicação que tem sido dada aos consumidores é que o motivo poderia ser uma possível redução do número de funcionários que trabalham na distribuição, por causa do avanço do novo coronavírus no país. Porém, a reportagem apurou que também há consumidores comprando mais.

Entidade descarta risco de abastecimento

O Sindigás (sindicato que representa as distribuidoras de gás de botijão) afirma que há de fato um aumento na demanda e atraso nas entregas para revendedores, mas argumenta que o motivo não é só o medo do coronavírus, e sim um comprometimento do fluxo, por duto, de Santos para Mauá, em São Paulo. De acordo com informações da entidade, não há risco de desabastecimento.

“Os terminais de Mauá, que são importantes para o abastecimento de São Paulo, estão sendo atendidos por caminhão desde Santos, e isto está atrasando, gerando um ‘delay’ nos fluxos, mas não há falta de produto”, afirma Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás.

Segundo ele, o problema atinge apenas alguns pontos da capital. “Existe pleno estoque no restante do mercado de São Paulo e mesmo nos postos revendedores de GLP – gás liquefeito de petróleo, que inclui botijões de uso doméstico (13 kg) e industrial (embalagens acima de 13 kg).”

Empresas funcionam normalmente

Questionado se o atraso na entrega, junto com o consumo excessivo, poderia prejudicar o abastecimento, o presidente do Sindigás diz que não. “A manutenção de dutos que ligam Santos a Mauá está sendo executada pela Petrobras, e o serviço ligado ao GLP é de utilidade pública, essencial a população e mesmo nos decretos emergenciais há previsão para que siga funcionando.”

Principal gargalo são compras exageradas

Um problema técnico na refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo, já normalizado, também pode estar relacionado aos problemas na entrega, acredita Pedro Turqueto, diretor de desenvolvimento e gestão da Copagaz, uma das maiores distribuidoras do país.

Mas, para ele, o principal gargalo – e real ameaça ao abastecimento – são consumidores estocando botijões em grande quantidade em casa, impedindo que o produto volte para ser enchido novamente na base. “Isso atrapalha toda a cadeia, pois precisamos dos botijões para atender toda a população”.

Do ponto de vista de suprimento, ele informa que a Petrobras é capaz de suprir toda a demanda através de suas refinarias e mesmo na importação, caso da Copagaz, as fronteiras devem permanecer abertas para itens de primeira necessidade, como é o GLP.

A reportagem do UOL procurou a Petrobras para informações sobre a manutenção nos terminais de Mauá, mas não obteve resposta.

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