Fonte: EPBR

O presidente da  (DEM/RJ) afirmou nesta segunda (23) que vem dialogando com o governo federal e governadores para aprovar o  o mais rápido possível. Avalia que o projeto elaborado pela equipe do Ministério da Economia é a proposta com mais chances de ser aprovada no Congresso nas próximas semanas.

Paralelamente ao Plano Mansueto, Maia vai apresentar uma PEC que permite a elaboração de um orçamento separado para o período da crise do  e não comprometa a agenda de ajuste fiscal de longo prazo.

“O Plano Mansueto está bem avançado. Estamos dialogando com governo federal e governadores para aprová-lo o mais rápido possível “, disse Maia durante teleconferência com o ex-ministro da Fazenda do e CEO do BTG Pactual Asset Management, Eduardo Guardia. Segundo ele, a aprovação da proposta “pode ser um bom instrumento de reorganização do diálogo” para reaproximar os poderes e os entes federados durante a crise atual.

Mas o tema não é consenso entre os parlamentares. Na última semana,  o relator da matéria na Câmara, o  Pedro Paulo (DEM/RJ), afirmou que não há ambiente no legislativo para a proposta, que exige a negociação de contrapartidas para estados e municípios.

Plano Mansueto é o apelido para o , que na Câmara tramita como .

As contrapartidas incluem a abertura do mercado de gás nos estados, como a regulamentação do mercado livre e a privatização de distribuidoras – reforma prevista no .

PEC da crise prevê “orçamento de guerra”

Sobre a proposta de uma PEC para o enfrentamento da crise, Maia frisou que a medida visa criar um “orçamento de guerra” para enfrentar a pandemia da . Ele reconhece que a esperada recessão econômica provocada pela necessidade de quarentena vai produzir um aumento do déficit de arrecadação e da dívida pública, mas acredita que se houver um orçamento segregado para enfrentar a crise é possível evitar a contaminação do futuro fiscal do país.

“Vamos resolver a crise com gastos públicos claros, mas não gerar despesas permanentes dentro do governo federal”, frisou.

Para Maia, governadores e governo federal precisam estar trabalhando conjuntamente durante os próximos 60 dias, período que ele vê como um prazo para avaliação de novas medias. Nesse tempo, ele pede que o governo federal possa permitir uma “solvência mínima” aos caixas de pequenas e médias empresas, capaz de garantir o pagamento de salários e “a partir daí ir tomando outras decisões para que a nossa recessão não seja tão profunda”.

Para Maia,  ainda não há ambiente no Congresso para pensar medidas de médio e longo prazo, como a PEC Emergencial (PEC 186/2019), que previa corte de salários e jornada de trabalho de servidores durante momentos de crise fiscal. Mas é preciso convencer os parlamentares da necessidade de não postergar essas medidas de ajuste fiscal.

Ele afirma que trabalhará para construir no Congresso uma narrativa para mostrar aos deputados que a criação de despesa precisa ser coberta e garantir que o quadro fiscal vá manter a mesma linha de austeridade adotada nos últimos anos. Nesse cenário, ele vê a PEC Emergencial como uma proposta importante para dar uma sinalização de longo prazo e previsibilidade a investidores.

Também na semana passada, o relator da PEC Emergencial, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), disse que o projeto perdeu relevância na agenda do Congresso. Segundo ele, a proposta “será mais importante na hora que acabar a crise, agora não”.

Rodrigo Maia ainda criticou a proposta de medida provisória 927/2020, publicada pelo governo na noite deste domingo (22) e previa a possibilidade  de não pagamento de salários de funcionários do setor privado por até quatro meses. Afirmou que a MP vai na contra-mão da necessária manutenção de empregos e renda para os trabalhadores.

No começo da tarde esta segunda (23), Bolsonaro afirmou pelo Twitter ter determinado a revogação do artigo da Medida Provisória que permitia a manutenção do contrato de trabalho por até quatro meses sem o pagamento de salário ao trabalhador.

De acordo com Maia, propostas como essa “vão precisar ser modificadas (pelo Congresso) pra que a gente possa garantir emprego”.

Dívidas dos estados

Defendeu um acordo fechado nos últimos dias com o Ministério da Economia para a suspensão dos pagamentos das dívidas dos estados. Viu de forma positiva a decisão do ministro do  Alexandre de Moraes de suspender neste domingo o pagamento da próxima parcela da dívida de São Paulo com a União.

Ontem também o deputado Pedro Paulo aproveitou a decisão do Supremo para criticar a ausência de ajuda aos estados e municípios por parte do governo federal. Pelo Twitter, afirmou que se o governo não toma a iniciativa de socorrer os estados, “será atropelado pelos acontecimentos”, em referência à decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Maia também negocia com a Economia a possibilidade de manter os repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em patamar mais elevado. Uma das hipóteses é  manter o valor nominal dos repasses dos dois fundos feitos no ano passado.

Com seguidas referências à necessidade do diálogo entre governo federal e estados, Maia não mencionou uma única vez o nome do presidente Bolsonaro, mas destacou que “não há espaço nem necessidade de aprovação de decreto de estado de sítio”, que foi ventilado pelo governo. Para ele, o decreto de estado de calamidade pública é suficiente para garantir que sejam tomadas as medidas necessárias para a superação da crise da pandemia.

O presidente da Câmara também defendeu as medidas mais duras tomadas por governadores que, segundo ele, estão alinhadas com posições defendidas pelo próprio Ministério da Saúde, e criticou a sugestão de adotar outra estratégia que não o isolamento social.

Categorias: DestaqueNotícias

Copyright © 2016 - Sindigas - www.sindigas.org.br — Todos os direitos reservados - Política de Privacidade