Fonte: metropoles

Desde a última semana, a maioria dos brasilienses está em isolamento social para tentar frear o avanço do novo coronavírus na capital da República. Com mais tempo em casa e cumprindo as medidas de prevenção, as pessoas acabam mudando os costumes. Por exemplo, o preparo das refeiçoes diárias. Com isso, o consumo do gás de cozinha vem subindo significativamente.

Os pedidos de botijão na cidade expandiram, em média, 30% desde a semana passada. Ao Metrópoles, o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás Liquefeito de Petróleo do Distrito Federal (Sindvargas-DF), Sérgio Costa, confirmou a informação. “Realmente, a demanda aumentou muito. Mais ainda com consumidores estocando o gás de cozinha”, disse.

O sindicalista recomendou que as pessoas não façam estoque em casa. Primeiro porque isso afeta a distribuição e o abastecimento. Em segundo lugar, é perigoso manter o produto dentro das residências.

Sérgio Costa pontuou ainda que algumas revendas começam a sofrer com abastecimento cotizado pelas distribuidoras. Segundo ele, houve a diminuição da produção do gás pela Petrobras em cerca de 30%.

A Superintendência de Abastecimento e Logística da Agência Nacional do Petróleo informou que a Petrobras segue produzindo o produto, mas com certa redução — não disse de quanto.

Um dos motivos é porque trabalhadores com mais de 55 anos foram dispensados por causa do perigo no contágio da Covid-19. Entretanto, houve aumento das importações, segundo a superintendência.

Perigo do pânico
O maior desencaixe, neste período de pandemia, tem sido um leve crescimento na demanda devido ao pânico da população, segundo o presidente da Sindvargas-DF. Sérgio Costa divide-se entre uma visão realista e a apreensão.

“Apesar das informações positivas anunciadas pelos órgãos reguladores, a realidade do abastecimento de gás de cozinha é outro. Várias revendas estão tendo dificuldades em manter os estoques para atender o consumidor de gás de cozinha no Distrito Federal”, afirma.

De acordo com ele, revendedores, desde a semana passada, recebem gás fracionado. Alguns já falam que não teriam abastecimento a partir da sexta-feira (27/03).

“Neste momento, a conscientização do consumidor é de extrema importância para não termos desabastecimento. Demanda alta e pouca oferta. Todos os elos da cadeia do setor de GLP trabalham seguindo recomendações do Ministério da Saúde (distanciamento, higienização e menos pessoal). Então, produção, distribuição e revenda acabam sendo afetadas”, explicou Costa.

E alerta: “Não há necessidade de estocar gás de cozinha”. De acordo com o dirigente do sindicato, uma família consome um botijão de 13 kg, em média, durante 42 dias.

Ainda segundo o Sindvargas, apesar de todas as possíveis dificuldades com o abastecimento do gás de cozinha no DF, a média de preço, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), continua a ser de R$ 70 por botijão de 13 kg. O valor varia de acordo com a revendedora e a taxa de entrega.

Equilíbrio
Uma nota da Copagaz mostra um outro lado da situação, que traz uma certa tranquilidade. A empresa é a quinta maior distribuidora de gás de cozinha do país.

De acordo com a companhia, o aumento no consumo residencial será compensado pela redução de demanda pela indústria e pelo comércio.

“Neste período de isolamento social, vamos manter o nosso nível de entrega de gás de cozinha, seja qual for o padrão de consumo em nossas praças de atuação”, garante Pedro Turqueto, diretor de Desenvolvimento e Gestão, em nota.

“Temos como mobilizar a rede de distribuição para atender a um aumento de demanda nas residências, já que haverá redução do consumo na indústria e no comércio”, explica.

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