Fonte: FDR
Petrobras reduz preço da revenda do gás em suas refinarias, mas o impacto ainda não pode ser sentido pelo consumidor. Com a crise do petróleo e proliferação do Covid-19, a estatal brasileira vem reduzindo em até 21% as taxações em cima do gás de cozinha, intitulado de GLP. Atualmente, o produto registra a maior baixa dos últimos meses, mas ainda assim vem sendo comercializado por cerca de R$ 70.
Atualmente, o valor médio do GLP é de R$ 21,85 por botijão de 13 quilos, o que representa uma queda de 21% em comparação ao mês de janeiro. No entanto, apesar dos cortes, os consumidores seguem pagando caro para poder ter reabastecimento. A tabela entre os distribuidores permanece variando com uma média de R$ 68 a R$ 70, ficando acima das taxações da refinaria.
Ao calcular o preço, a Petrobras relembra que é preciso levar em consideração os custos referentes as tributações federais, que representam cerca de R$ 10. No entanto, os demais valores ficam sob encargo dos revendedores que estão aproveitando a alta demanda ocasionada pelo isolamento social do coronavírus.
Covid-19 amplia compras de gás
De acordo com o Sindigás, a taxação segue elevada porque muitos consumidores estão comprando além do necessário, com medo da falta de reabastecimento. Com a população de quarentena, o gasto de gás vem aumentando consideravelmente, fazendo com que a população tenha receio de ficar sem fornecimento.
Presidente do órgão, Sergio Bandeira de Mello explica que não há necessidade de estocar o produto, alegando que o mesmo não ficará em falta em nenhuma região brasileira. De acordo com ele, o GLP não terá sua produção paralisada, mas é preciso que a população fique atenta as formas de consumo.
“Não estoque agora, espere mais um pouco porque, além de reabastecer a revenda, provavelmente o preço vai estar mais baixo (…). Ninguém está dando desconto em um produto que está escasso. Ao ser reabastecido o mercado, atualmente os postos revendedores vão intensificar a competição entre si e essa queda de preços nas refinarias vai se refletir no preço final ao consumidor”.
Reforços estrangeiros
Questionada sobre a redução de produção em suas refinarias, a Petrobras informou que a decisão não irá influenciar no abastecimento aos distribuidores. De acordo com a marca, o produto vem sendo substituído por importadoras estrangeiras, que estão entregando entre os portos de São Paulo e Pernambuco.
Até o momento, já foram recebidas mais de 60 mil toneladas, o que representa um quantitativo de cerca de 4,7 milhões de botijões de 13 litros. Para o mês de abril, o volume total deverá resultar em mais de 350 mil toneladas, o suficiente para 27,4 milhões de botijões.