Fonte: O liberal
Os cuidados com os botijões de gás, especialmente na hora da troca, podem salvar vidas. Nesta quinta-feira (26), a explosão de um feriu quatro pessoas da mesma família e deixou duas em estado gravíssimo em São João de Meriti, no Rio de Janeiro. O capitão Israel Souza, perito em incêndios e explosões do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará, acredita que a dica mais importante é ter atenção com a manutenção do equipamento, principalmente da mangueira e do registro do botijão de gás. “A data de validade é de cinco anos de fabricação, e não de uso. A regra geral é que se a pessoa perceber que a mangueira está ressecada pela proximidade do calor ou que o registro apresenta dificuldade na retirada do botijão, é necessária a substituição independente da validade”, aconselha ele.
Há outra dicas básicas também: a mangueira nunca pode passar por trás do botijão, pois o calor do forno acelera o ressecamento da mangueira. Além disso, é fundamental que as pessoas comprem produtos apropriados para botijão de gás, em lugares autorizados. Outra atitude que Israel desaconselha é a utilização de ferramentas para forçar a vedação, pois o botijão tem uma borracha interna que torna própria força de rosca do braço de quem troca suficiente para a vedação adequada. “Bater o botijão com o martelo vai fazer a borracha cuspir com o tempo e pode provocar possíveis vazamentos após a pessoa já pensar que está segura por ter utilizado uma ferramenta na vedação”, afirma o perito.
A dona de casa Olga Otero colocou o botijão para o lado de fora da cozinha. “Ele ficava embaixo da pia antigamente, mas eu sentia aquele cheiro de gás. Fiquei com medo de causar algum problema. Mandei tirar há alguns anos para garantir a ventilação e melhorou muito”, conta ela, que quebrou um pedaço da parede da cozinha para não deixar o gás exposto para as visitas e, ao mesmo tempo, evitar que ele fique em local fechado. Ela diz que toma todos os cuidados necessários e que sempre pede ajuda para a troca. “O meu vizinho me ajuda, pois tem experiência e entende como funciona o mecanismo. Nem chamo meus meninos aqui de casa para trocar também e até para o meu filho adulto eu evito pedir quando ele vem aqui”, revela Olga.
Segundo Israel, Olga tomou a decisão correta, já que deixar o botijão em locais fechados, como embaixo da pia, é um erro. “Se eventualmente houver um vazamento, é preciso lembrar que o gás de cozinha é mais denso que o ar, impossibilitando a percepção imediata. Só depois de muito tempo de gás escapando que a pessoa perceberia”, entende o capitão. Apesar de considerar a precaução a principal aliada na hora de garantir uma cozinha segura, Israel lembra que não precisa se desesperar por qualquer cheiro. “É o indicativo principal, mas não devemos confundir o cheiro da troca com aquele permanente. Durante o processo de troca, é absolutamente normal, pois sai um pouco de gás. O que não é normal é aquele odor prolongado. As pessoas se desesperam e logam tentar vedar mais, passam até sabão. Não é adequado”, tranquiliza ele. Por fim, em último caso, se o cheiro de gás estiver se alongando, é hora de chamar um especialista ou o Corpo de Bombeiros. “Nesse momento, não pode utilizar nada que produza calor, principalmente isqueiros, pois o gás estará dissipado na cozinha e, mesmo em ambientes grandes onde ele se espalhe mais, pode causar uma grande explosão”, recomenda Israel.