Fonte: DCI Online

A Petrobras anunciou um reajuste de 39% no preço do gás natural vendido às distribuidoras, válido a partir de 1º de maio. Após aumentos de 46.2% da gasolina, 41,6% do diesel e 17% do gás de botijão, o reajuste no gás natural deve gerar grande impacto no bolso dos brasileiros. Entenda os diferentes caminhos que o reajuste percorrerá até chegar ao seu bolso.

Os caminhos diretos e indiretos do reajuste até o seu bolso

No Brasil, apenas 8% das famílias usam o gás natural encanado. Dessa forma, será que 91% das famílias que usam gás de botijão para cozinhar não serão impactadas?

Especialistas explicam a influência do gás natural como insumo crítico da indústria de transformação e da geração de energia termelétrica. Além disso, exploram os caminhos indiretos para explicar que todos os brasileiros serão prejudicados pelo aumento de quase 40% no gás natural.

  • Repasse Direto: consumidores que usam gás encanado nos fogões e aquecedores de chuveiros. O repasse acontecerá à medida que os reajustes anuais das distribuidoras estaduais forem autorizados pelas agências reguladoras. Esse impacto é mais restrito às famílias de maior renda que moram na região Sudeste (91% do gás encanado residencial consumido no país).
  • Repasse Indireto: afeta todos os consumidores de bens industriais e de energia elétrica. Veja a seguir quais são os setores industriais que mais consomem gás natural e que devem repassar o aumento de custo de produção nos seus produtos.

Quem usa gás natural no Brasil?

O gás natural atende principalmente a indústria (43%) e a geração de energia elétrica (38%). Além disso, os veículos movidos a gás respondem por cerca de 9%. Por fim, as residências detém apenas 2% do consumo do combustível no país, conforme dados de 2020 da Abegás.

Os segmentos industriais que mais consomem gás em seu processo produtivo estão fertilizantes, siderurgia, vidro, papel e celulose, química, cerâmica, cimento e alumínio. Os produtos destinados a exportação possuem pouca margem de repasse, devido à competição global. No entanto, os produtos voltados para o mercado interno deve sentir os repasses e impactar a inflação. Por exemplo, através do aço que vai entrar no automóvel, do vidro que vai fabricar a garrafa e assim por diante. O consumidor no final da cadeia paga o preço mais alto.

No setor elétrico, a alta do gás natural afetará as termoelétricas. Dada a crise hídrica e baixo nível dos principais reservatórios do sudeste, o despacho de energia dessas usinas ficará ainda mais caros. O repasse acontecerá através das bandeiras tarifárias e dos reajustes tarifários. Enfim, as contas de luz devem ficar ainda mais caras.

Por que um aumento de 39% no gás natural agora?

Três fatores motivaram o aumento anunciado do gás natural:

  1. a alta recente do petróleo,
  2. a taxa de câmbio e
  3. o reajuste da parcela do preço referente ao transporte do gás pelo IGP-M

Uma vez que o reajuste do gás natural é  trimestral, vamos avaliar como esses 3 fatores represaram aumentos, que estão sendo repassados agora.

Entre janeiro e março, o preço do petróleo teve alta de 38%. Os preços acompanharam o retorno da demanda mundial que se recupera mais rápido que nós.

O dólar encerrou 2020 cotado a R$ 5,19 e está agora no patamar entre R$ 5,65. Portanto, com valorização de cerca de 9% em relação a moeda local. De fato, a resposta vacilante à pandemia e o aumento do deficit público motivaram a desvalorização cambial e afastamento de investimentos estrangeiros.

Por último, o IGP-M, índice de inflação teve alta de 31% em 12 meses até março.

Veja como se proteger do aumento da conta de luz e das bandeiras tarifárias

Você sabia que muitas famílias e empresas estão buscando formas alternativas de gerar sua própria energia elétrica? A energia solar ganha destaque no setor de geração distribuída. Afinal já são mais de 570 mil consumidores em mais de 5.277 municípios brasileiros gerando sua própria energia. 98% utilizam energia solar.

A novidade é a modalidade de energia solar por assinatura que possibilita famílias e empresas gerarem sua própria energia, sem investimentos e sem dor de cabeça. A SUNWISE, por exemplo, oferece suas fazendas solares construídas nos locais de maior irradiação solar do estado de Minas Gerais para centenas de consumidores residenciais, comerciais e industriais.

Enfim, vale a pena estar atento aos aumentos de preços que devem impactar o orçamento das famílias e das empresas em 2021. Existem diversas opções de eficiência energética e geração distribuída que podem ajudar a evitar desperdícios e reduzir o impacto nos bolsos dos brasileiros.

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