Fonte: Jornal de Jundiaí Regional

No último dia 7 de janeiro, a Petrobras, principal exploradora de petróleo e derivados no Brasil, anunciou reajuste de 6% no valor do botijão de 13kg de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. Sendo assim, as distribuidoras passaram a comprar o gás de 13kg ao equivalente a R$ 35,98.

No entanto, até chegar ao consumidor final, há mais acréscimos no valor do produto, que hoje é achado em Jundiaí custando mais de R$ 80. E há, inclusive, projeções de novos aumentos para este ano.

Assim, já há quem ache alternativas para o GLP. Vendedor, Michel Giaretta passou a utilizar a lenha. “Tem gente que está preferindo, eu mesmo fiz um fogão à lenha para a minha esposa. Carvão demora mais, mas lenha é bem tranquilo para cozinhar. O gás está R$ 90 um botijão. A lenha compensa bastante, o custo-benefício é bem mais barato. Dá para cozinhar 3, 4 dias com um pacotinho de lenha”, explica.

E o acréscimo, embora afaste uma parcela dos consumidores, acaba sendo uma despesa a mais para a maioria que depende do gás para cozinhar diariamente. Gerente de uma revenda de gás em Jundiaí, Marco Vicensio diz que o preço alto não faz com que as pessoas deixem de consumir o GLP, pois é necessário. “Com o fechamento de estabelecimentos de refeição por causa da pandemia, as pessoas passaram a cozinhar mais em casa e começaram a gastar mais gás. Em estabelecimentos comerciais, a venda está cerca de 30% do que era. Em residências, a venda aumentou uns 6%”, diz Vicensio, que vê a compreensão dos clientes ante às altas do GLP, já que há aumento em vários produtos.

Vicensio adianta ainda que há a possibilidade de um novo reajuste ainda neste mês. “Estão dizendo que no dia 26 vai ter mais um reajuste de 6%. Isso acaba gerando um desconforto para o consumidor, porque ele tem que pagar mais por algo essencial. Mas, mesmo com as altas, o gás de cozinha é a fonte de energia mais barata, é mais barato que eletricidade e gás natural, por exemplo”, explica.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que reúne as empresas distribuidoras de GLP, esclarece que não é informado pela Petrobras ou por suas associadas acerca dos preços que praticam para o Gás Liquefeito do Petróleo (GLP). E reitera que o preço do GLP é livre em todos os elos da cadeia, e não há uma projeção do impacto para o consumidor final. O sindicato ainda recomenda que os consumidores pesquisem, entre suas marcas de confiança, excelência em serviço e preço justo.

De fato, o gás de cozinha não tem regulagem de preços no Brasil desde 2002.

ECONOMIA

Em nota, a Petrobras informa que os preços de GLP praticados pela empresa seguem a dinâmica de commodities em economias abertas, tendo como referência o preço formado pelo valor do produto no mercado internacional, mais os custos que importadores teriam, como frete de navios, e demais custos internos de transporte para cada ponto de fornecimento, também sendo influenciado pela taxa de câmbio. Esta metodologia de precificação acompanha os movimentos do mercado internacional, para cima e para baixo.

A estatal informa ainda que, conforme acompanhamento, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de três a nove de janeiro, 47% do preço do GLP ao consumidor final correspondiam à parcela da Petrobras. Ou seja, 53% do valor do gás de cozinha é de acréscimos como logística e impostos de revenda.

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