Fonte: Veja
Eis que, na sexta-feira, 5, descobriu-se que já há quase um ano que a Petrobras abandonou a política de paridade de preços internacionais para os combustíveis, política restabelecida no governo de Michel Temer após anos de influência populista sobre a estatal. A própria Petrobras afirmou que as variações podem ficar até um ano serem repassadas aos consumidores, mas segundo ela própria, isso não significa que tenha abandonado essa política. Tergiversações.
O mercado financeiro amanhece esta segunda-feira, 8, desconfiado com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. Principalmente pela desculpa esfarrapada que a Petrobras está usando para falar que não abandonou a política de paridade de preços. A petroleira diz que se em determinado período, ao longo desse um ano sem variações, subsidiar o preço do combustível, depois, terá de recompor esse preço, cobrando mais caro por igual período. Quem acredita que em meio ao governo Bolsonaro, Castello Branco conseguirá cobrar mais caro do que lá fora? Nem mesmo o preço justo ele está conseguindo cobrar.
Já há alguns meses, especialistas afirmavam que o combustível no Brasil estava defasado em relação ao preço internacional. Sim, era para estar mais caro do que está. Com o dólar acima de 5,30 reais e o barril do petróleo custando 60 dólares, não seria nenhuma surpresa se a gasolina chegasse na bomba com custo próximo de 6 reais em algumas regiões do Brasil.
O problema maior não é se a Petrobras está subsidiando ou não, ou se o preço dos combustíveis está caro ou não. O problema está na volta da opacidade da política de preços da Petrobras.