Fonte: Correio Braziliense / Vinícius Cardoso Vieira
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, confirmou, nesta quinta-feira (05/08), os estudos para a criação de um vale-gás destinado aos beneficiários do programa Bolsa Família. Há três dias, a estatal informou, via comunicado, que não havia definições quanto a “eventuais programas sociais destinados ao gás de cozinha no Brasil”.
A mudança no posicionamento ocorreu após visita de Silva e Luna ao Palácio do Planalto. De acordo com o dirigente, embora a Petrobras seja um dos envolvidos na criação desse bônus, o tema é conduzido pelo Ministério de Minas e Energia (MME). As decisões, segundo o presidente da Petrobras, cabem exclusivamente ao governo federal.
“Nós participamos dessa discussão junto com o governo, mas o tema está sendo conduzido pelo MME. Temos atividade e responsabilidade social dentro da empresa, mas não somos o ator principal na condução desse processo”, afirmou o presidente da estatal.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, mencionou a criação de um vale gás com fundo da Petrobras em 29 de julho, ao programa do Ratinho, no SBT. Ontem, em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal (RN), Bolsonaro tornou a falar sobre o tema. “A ideia é dar um botijão de gás a cada dois meses para o pessoal do Bolsa Família”, afirmou. O presidente da República reforçou que a estatal contaria com uma reserva de R$ 3 bilhões para o pagamento desse “extra” no programa social, que será reformulado em novembro, quando terminarem as parcelas do auxílio emergencial.
Lucro recorde
A Petrobras apresentou lucro recorde para o segundo trimestre, de R$ 42,8 bilhões. Desse montante, R$ 9 bilhões deverão ser enviados à União como dividendos decorrente dos lucros da estatal no último trimestre. Questionado se o governo poderia separar R$ 3 bilhões para o vale-gás, Silva e Luna também transferiu a responsabilidade ao governo.
“O compromisso da empresa é repassar os dividendos. Agora, o acionista majoritário é o governo, que define o que fazer”, afirmou. Ainda segundo ele, Bolsonaro, junto ao MME e ao Ministério da Economia, “deve estar compondo uma boa função para isso”.