Fonte: Sindigás
O GLP é uma energia extremamente necessária para o segmento residencial no Brasil. Abastece 91% dos lares brasileiros por meio de um sistema logístico complexo, de entrega porta a porta, que combina segurança, eficiência e rapidez. Depois de inúmeras discussões sobre o seu preço ao consumidor final, parece haver a compreensão de que as dificuldades de acesso ao produto derivam da limitação de renda de uma parcela da população que vive em situação vulnerável. Condição essa que se agravou com a piora da crise econômica após a pandemia.
Parece ter ficado claro, também, que o GLP não é um produto caro, basta compará-lo às energias alternativas. Invariavelmente, o energético mostra-se mais competitivo que o gás natural e a energia elétrica. E, finalmente, concluiu-se que não está sob a competência do setor privado a solução para recompor o poder de compra das famílias mais pobres.
Recentemente, os governos e poderes, em diferentes níveis e esferas, mostraram-se sensíveis ao problema. Caminham para o entendimento de que é urgente a implementação de políticas públicas que, por meio de instrumentos de distribuição de renda, reduzam desigualdades e possibilitem às famílias vulneráveis o acesso ao gás, um produto de primeira necessidade.
É louvável que políticas públicas, de forma direcionada, estejam sendo pensadas e, em algumas municipalidades, já implantadas. O setor de GLP vem há anos contribuindo com estudos que sinalizam sua importância para superar o entrave da renda. Ampliar o acesso ao produto é também um investimento na saúde pública porque a lenha catada, usada em substituição ao GLP, traz sérios riscos de doenças, principalmente pulmonares. Elas acometem prioritariamente mulheres e crianças, o grupo mais exposto à fumaça produzida pela queima da lenha. Reparar essa realidade trará justiça social, qualidade de vida e bem-estar para as famílias de mais baixa renda.
Sergio Bandeira de Mello – Presidente do Sindigás
