Fonte: Sindigás

Pós-graduação será voltada para profissionais nas áreas de engenharia ou afins. As aulas serão no modelo EAD e começam em novembro

O INBEC, instituto nacional no ensino de pós-graduação, lança curso inédito de especialização em Engenharia de Gases e Combustíveis – GN e GLP, voltado para profissionais e especialistas nas áreas de engenharia ou que estejam atuando no mercado. As aulas começam no dia 19 de novembro, com duração de 20 meses. As atividades serão ministradas à distância, por um time de professores especialistas, mestres e doutores, com ampla experiência no mercado, totalizando 400 horas/ aula.

Sob a coordenação de Fernando Cörner, doutor em Energia pela USP, o curso oferecerá ampla visão do panorama dos gases combustíveis atualmente disponíveis no mundo, como GLP, GN, GNL, biogás e gás de xisto, abrangendo todos os aspectos sob os pontos de vista energético, ambiental, logístico, econômico e normativo. É o primeiro curso de especialização dedicado exclusivamente aos gases combustíveis no Brasil. Visa aprofundar o conhecimento na área, preenchendo lacunas deixadas durante a graduação.

Considerado referência no setor de combustíveis, Cörner ressalta a importância do curso, principalmente devido às mudanças econômicas e sociais que envolvem o setor. Ele destaca ainda a discussão em torno da transição energética, já que tanto o GLP quanto o GN são considerados combustíveis limpos, com baixa emissão de carbono e outros poluentes.

“O mundo está enfrentando grandes transformações tanto de impacto ambiental quanto econômico e social, onde os recursos energéticos poderão se tornar escassos, sendo um importante e indispensável vetor para o tão necessário crescimento do PIB brasileiro e mundial”, avalia.

Os interessados poderão obter mais informações pelo link:    https://www.inbec.com.br/cursos/pos-graduacao-especializacao-engenharia-gases-combustiveis-online-gas-natural-glp. Confira abaixo a entrevista com o professor Fernando Cörner:

ENTREVISTA:

Fernando Cörner, Doutor em Energia no Instituto de Energia e Ambiente pela USP, e Mestre em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos pela IMT

Há quantos anos o Sr. se dedica ao setor GLP?

Comecei a trabalhar com GLP na Ultragaz em 1975. Posteriormente, trabalhei com gaseificadores de lenha e carvão vegetal, durante a segunda crise do petróleo. Depois assumi cargos em uma multinacional sueca, trabalhando com gás natural, gás de coqueria, hidrogênio e acetileno, além do GLP, em toda a América Latina, Espanha (SHV) e Suécia. Em 2004, fiz curso e estágios na Europa (Linde) sobre GNL – Gás Natural Liquefeito. Paralelamente participei do desenvolvimento de misturas GLP-DME e de sistemas de GNS – Gás Natural Sintético (misturas GLP-ar) para indústrias.

Onde o GLP e o GN se cruzam em termos científicos e acadêmicos?

Tanto o GLP como o GN são combustíveis limpos, com baixa emissão de carbono e outros poluentes. Portanto, o GLP e o GN são mundialmente considerados energéticos de transição para um mundo livre de poluentes, substituindo os óleos combustíveis, os coques de petróleo e os carvões minerais. São energéticos que se complementam.

Por que um profissional do setor de GLP, ou de GN, deveria fazer este curso?

É aconselhável que os profissionais que já militem ou se interessem em iniciar nesta área tenham uma visão holística para assumir os diversos cargos que estão surgindo neste crescente mercado de trabalho, atendendo à inevitável migração para o GN e o GLP como energéticos de transição.

O quanto o curso vale para quem não trabalha no setor e se sente atraído a trabalhar em uma empresa de gás?

Este curso vale não somente para quem já trabalha ou pretende entrar nesse mercado, como também para aqueles que venham a participar de toda a cadeia do gás, desde prestadores de serviço (projeto, instalações e manutenção), fornecedores de equipamentos, pessoal das áreas de suprimentos e de treinamento.

Qual a lacuna de conhecimento que o curso pretende preencher?

A lacuna a ser preenchida é que tais conhecimentos não são adquiridos na área acadêmica, pelo menos com a abrangência total com que este curso oferece.

Em que o GLP pode ajudar a sociedade em um mundo em que se fala em energias renováveis?

Não há nenhuma dúvida que o mundo caminha visando a meta das energias renováveis. Porém, como temos observado desde a Rio 92, se trata de um percurso longo tanto em termos do desenvolvimento tecnológico como na disponibilidade de capital para os necessários investimentos em energias limpas. Até atingirmos a meta, o que não levará menos de 30 ou 40 anos, os energéticos de transição terão um importante papel na redução da pegada de carbono e outros poluentes.

Quem vocês reuniram na parte docente do curso? Quais os nomes de destaque?

Reunimos um time de professores especialistas, mestres e doutores com ampla experiência nesta área. Destaco o Prof. Dr. Jorge Venâncio, idealizador do curso, um profissional que dedicou mais de três décadas de sua vida profissional aos gases combustíveis, já tendo trabalhado com gás manufaturado reformado, gás natural e GLP também, agora dedicado à área acadêmica. Temos ainda outros expoentes, como a Pós-Doutora Hirdan Katarina, o Dr. Alberto Fossa e o Dr. Darley Melo. Além deles recrutamos os mestres Jorge Chaguri Jr., Nilson Taira, Luzia Galdeano e os especialistas com ampla vivência no mercado de gás: Carlos Bratfisch, Marcos Siqueira, Luiz Felipe de Amorim e Donizete Santos. Ou seja, um time de inigualável qualidade.

O curso tratará a questão das aplicações de uso do GLP? Aqui no Brasil, a aplicação do GLP é restrita à cozinha, enquanto em outros países não há esse tipo de limitação. No entanto, estamos prestes a acabar com essas proibições. Como o curso abordará a questão? 

Sim, há um módulo específico de 20 horas para as aplicações de gases combustíveis, inclusive àquelas exclusivas ao GLP, onde serão abordadas as aplicações nos segmentos residenciais, comerciais e industriais, inclusive aquelas que no momento ainda são injustamente proibidas no caso do GLP.

 Há correntes que afirmam que GLP e GN são concorrentes, enquanto outras defendem que são complementares.

O curso não pretende estabelecer nenhuma polêmica entre o GLP e o GN, mesmo porque existirão profissionais de ambas as áreas. O objetivo é mostrar que ambos os

combustíveis exercem papéis semelhantes no mercado, um complementando o outro, ambos com a qualidade de serem energéticos de transição.

O curso focará na infraestrutura de produção e distribuição dos dois combustíveis (tanto de GLP quanto de GN)? 

Sim, o curso é longo (são 400 horas de aula) justamente para abordar todos os aspectos com respeitos às cadeias do GLP e do GN, incluindo ainda o biogás e o gás de xisto, cada energético sendo ministrado por profissionais de ponta nas respectivas áreas.

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