Fonte: FDR / Imagem: G1
Atualmente, o Bolsa Família contempla 14,6 milhões de famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. O Governo Federal pretende ampliar o número de beneficiários e oferecer outros programas, como o vale gás.
Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que o Vale gás está “quase pronto”. Esse programa será financiado com recursos da Petrobras e será destinado aos beneficiários do Bolsa Família.
A proposta é que o programa entregue um botijão de gás, a cada dois meses, para os beneficiários do Bolsa Família. No mês de agosto, Bolsonaro já havia falado de destinar R$ 3 bilhões da Petrobras para a compra do gás de cozinha.
A iniciativa visa ajudar a população mais carente na compra de um dos itens indispensáveis em uma casa. Essa ação surgiu após o aumento no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) nos últimos meses.
Preço do gás de cozinha
De acordo com os dados obtidos são da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o gás de cozinha de 13 quilos já teve um aumento de 30%, desde o início deste ano. Nas últimas semanas, o item sofreu mais um reajuste aumentando 1,5%.
Com isso, hoje, o preço médio em que o gás de cozinha é vendido é de R$ 100. No ano passado, no mês de dezembro, era possível comprar o mesmo produto por, em média, R$ 75, segundo a ANP.
A inflação acumulada no respectivo período foi de 5,67%. Diante disso, o aumento do gás de cozinha foi cinco vezes maior. As refinarias não realizaram nenhum reajuste e, portanto, o aumento foi aplicado pelas distribuidoras.
Gás de cozinha e orçamento familiar
Diante de uma média de R$ 100, esse item é responsável pelo comprometimento de 1,3%% de todo o orçamento familiar, segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.
Diante disso, são os mais pobres que sentem mais os efeitos do reajuste. Para uma família com renda total de um salário mínimo (R$ 1.100), será necessário comprometer cerca de 10% do orçamento.
Para piorar a situação da população mais carente, o gás de cozinha só é mais um item entre diversos que estão tendo reajustes, devido à inflação. A gasolina e a cesta básica são outros vilões da econômica doméstica dos brasileiros.
Atualmente, o litro da gasolina está, em média, a R$ 6,76 e o diesel em R$ 4,709 por litro. A cesta básica no mês de setembro ficou, em média, R$ 560. Com isso, para sustentar uma família composta por dois adultos e duas crianças é necessário desembolsar R$ 1.680.
Considerando um salário mínimo de R$ 1.100 é possível perceber que esse valor é insuficiente para o sustento familiar. Além disso, essas famílias precisam arcar com outras despesas, como conta de luz, água, internet e, muitas vezes, aluguel.
Critérios do Bolsa Família
- Renda per capita mensal de até R$ 89,00;
- Renda per capita de até R$ 178,00 (famílias que tenham em sua composição gestante, nutrizes, crianças e adolescentes até 17 anos);
- Estar inscrito no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico);
- Estar com os dados no CadÚnico atualizados há, pelo menos, dois anos.
Exigências do Bolsa Família
Além de atender aos critérios do programa, os beneficiados devem cumprir as exigências do Bolsa Família, de acordo com a composição familiar, para continuar recebendo a ajuda assistencial:
- Crianças e adolescentes com idade escolar (entre 6 e 15 anos) devem ter, no mínimo, 85% de presença nas aulas;
- Os jovens entre 16 e 17 anos, a frequência mínima exigida é de 75%;
- Crianças menores de 7 anos precisam estar com as vacinas em dia e devem comparecer ao posto de saúde para realizar o monitoramento e o acompanhamento do crescimento;
- Gestantes devem comparecer às consultas de pré-natal e participar de atividades educativas ofertadas pelo Ministério da Saúde sobre aleitamento materno e alimentação saudável;
- Acompanhamento de saúde das mulheres que possuem 14 a 44 anos de idade.