Fonte: Sindigás

O botijão de gás é comprovadamente seguro, tanto assim que é a única embalagem de combustível que pode ficar perto de uma fonte de calor. Lá está o botijão nas cozinhas, ao lado do fogão. No entanto, a revenda formal tem um papel fundamental na garantia dessa segurança. É recorrente vermos o produto ser comercializado em locais inapropriados, como bares, mercadinhos, açougues, farmácias. Em alguns pontos irregulares de venda, comerciantes escondem os vasilhames, cheios e vazios, em ambientes fechados, sem condições adequadas de armazenagem. Aproveitam-se da falta de fiscalização, para competir com menores custos contra os revendedores que têm gastos maiores para cumprir as exigências feitas pelos órgãos reguladores.

A prática irregular na venda de botijão, infelizmente, tronou-se banal. Os consumidores parecem estar cada vez mais acostumados a essa realidade de alto risco. A tolerância com os informais vem desde agentes do mercado até autoridades, que não reprimem ou o fazem de forma tímida. É importante compreender que a irregularidade na venda de gás afeta de diversas formas o consumidor e a sociedade, principalmente os vizinhos desses estabelecimentos, que estão submetidos a riscos ainda maiores. Não podemos ser permissivos com a revenda ilegal sob pena de por vidas em perigo. É preciso denunciar.

Entre as medidas adotadas para combater a prática, destaco o programa Gás Legal, lançado em 2010 pela ANP, que promovia a ação coordenada no combate ao comércio clandestino de GLP. O programa obteve enorme sucesso ao criar um ambiente de trabalho conjunto de órgãos municipais e estaduais, Ministério Público, Defesa do Consumidor, Secretarias Municipais, Corpos de Bombeiro, Polícias Civil e Militar, além de Detrans e outros agentes.

Acredito que a solução para enfrentar o problema esteja justamente na ação conjunta de diferentes organismos e na conscientização do consumidor. Ele deve adquirir o produto somente em pontos de venda autorizados pela ANP, que seguem todas as normas reguladoras que norteiam a indústria brasileira de GLP. A comercialização irregular de botijão é crime, previsto em lei. Por ser um produto altamente inflamável, armazená-lo em condições inadequadas pode provocar acidentes. Ao comprar GLP de forma irregular, o consumidor está colocando em risco a sua vida, a de sua família e, em perigo, a coletividade.

Sergio Bandeira de Mello – Presidente do Sindigás

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