Fonte: EPBR / imagem: Divulgação
A Acelen anunciou reajuste no preço do diesel e da gasolina comercializados para as distribuidoras na Refinaria de Mataripe, na Bahia, a partir da zero hora deste sábado (22). A empresa foi criada pelo fundo Mubadala para assumir a operação da antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), comprada da Petrobras.
O preço do litro do óleo diesel S10 será reajustado em R$ 0,052 e o da gasolina-A, em R$ 0,074 por litro.
Em 17 de dezembro, a Acelen anunciou a redução dos preços médios em dez centavos por litro (R$ 101 por m³), o que representa uma queda de 3,3%, em linha com o corte praticado pela Petrobras naquela semana, de 3,1%.
Mas a própria Petrobras anunciou há dez dias reajuste do diesel e da gasolina.
O litro do diesel passou de R$ 3,34 para R$ 3,61, alta de 27 centavos.
A gasolina ficou 4,9% mais cara, com aumento de 15 centavos por litro, de R$ 3,09 para R$ 3,24.
Preço da gasolina segue defasado, diz Ativa Investimentos
Após a elevação no preço da gasolina em 5% (cerca de R$ 0,15 por litro, de R$ 3,09 para R$ 3,24), anunciada pela Petrobras no último dia 11, cálculos da Ativa Investimentos apontam que ainda há espaço para aumentos e o preço da gasolina permance defasado em 5%.
“As duas variáveis mais relevantes para o cálculo de defasagem são o câmbio e o preço do barril de petróleo no cenário internacional. [O barril] atingindo a máxima de US$ 83,93 na terça-feira (11), segue pressionando o preço da gasolina. O câmbio apreciou (cerca de 7,5%) e está cotado em R$ 5,61/U$S, fato importante que deixa um espaço para aumento de 5% no valor do combustível”, explica Guilherme Souza, economista da corretora.
Estados decidem encerrar congelamento do ICMS sobre combustíveis
Os estados decidiram pelo fim do congelamento do ICMS sobre combustíveis na data originalmente prevista, 31 de janeiro. A decisão foi tomada pelo Comitê Nacional dos Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) e anunciada na sexta (14).
Em nota, o governador do Piauí e coordenador do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (PT), criticou o governo federal e afirmou que os estados fizeram sua parte: “congelamos o preço de referência para o ICMS. Não valorizaram este gesto concreto, não respeitaram o povo. A resposta foi aumento, aumento e mais aumento nos preços dos combustíveis”.
Wellington Dias já havia se pronunciado pelo fim do congelamento após reajuste de preços anunciados pela Petrobras, após um período de 77 dias sem aumentos.
Bolsonaro promete projeto para reduzir preços dos combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na noite dessa quarta (19/1) que vai apresentar no Congresso, no início do próximo mês, proposta para reduzir o preço dos combustíveis. Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro falou em dois momentos sobre o assunto, mas não deu detalhes, informa a Reuters.
“Outra medida, não quero anunciar agora aqui, porque ainda não está concluída, como o Congresso não está funcionando, não quero apresentar, é o que tem a ver com combustível no Brasil”, reforçou.
A ideia é fazer uma PEC para reduzir os impostos federais e suavizar as oscilações de preço dos combustíveis, o que foi proposto anteriormente por Henrique Meirelles e também por seu sucessor no Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, que ocupou o cargo no fim de 2018.
O plano, ao menos no papel, é dar as condições para o governo alterar a tributação dos combustíveis em reação aos preços dos mesmos e, assim, compensar o consumidor em momentos de altas com redução da arrecadação.
O anúncio recebeu críticas da oposição, que acusou a promessa de eleitoreira. O senador Jean Paul Prates (PT/RN) disse no Twitter que se Bolsonaro “estivesse realmente preocupado com a vida do cidadão teria feito algo muito antes. O viés eleitoreiro, agora, fica evidente”
No Twitter, os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Santa Catarina, Carlos Moisés (sem partido), anunciaram que pretendem manter o ICMS congelado.