Fonte: Folha de Pernambuco / Imagem: Pixabay
Com as chuvas em diversas regiões do país, que aumentaram o nível dos reservatórios das hidrelétricas, o governo decidiu limitar ainda mais a geração de energia por usinas termelétricas, em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta terça-feira.
A geração termelétrica total das usinas despachadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), incluindo a importação, não poderá ultrapassar 10 giga-watts médios (GWmed). Hoje, a geração de termelétrica está na casa de 11 GWmed por dia. O país demanda cerca de 72 GWmed de energia elétrica diariamente.
Antes, o limite estabelecido pelo governo era de 15 GWmed diários. Além disso, as usinas geradas não poderão ter um custo superior a R$ 600 megawatts-hora (MWh).
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, lembrou em nota que durante o período seco do ano passado chegou-se a utilizar recursos com custo superior a R$ 2.000/MWh para enfrentar a crise hídrica. ara efeito de comparação, uma hidrelétrica gera energia a um custo cerca de R$ 200/MWh.
“Essa mudança na política operativa deverá se traduzir em redução dos custos percebidos pelos consumidores de energia elétrica”, diz a nota.
A geração de energia por termelétrica é mais cara, porque demanda combustíveis como gás natural e óleo diesel.
Apesar da redução dos custos, o governo não planeja antecipar o fim da vigência da bandeira tarifária da Escassez Hídrica, que cobra um adicional de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidores.
Criada em agosto do ano passado por conta da pior crise hídrica em mais de 90 anos, a taxa extra vai vigorar até abril. A bandeira serve para pagar os custos da crise do ano passado, e não para os valores deste ano.
De acordo com o governo, o volume dos reservatórios de todo o sistema elétrico do país atingiu 49,4% ao fim do mês de janeiro, 5,1 pontos percentuais acima do previsto na reunião do CMSE do mês passsado. Além disso, nesse mês, a hidrelétrica de Furnas atingiu a cota de 762,0 m, permitindo pleno uso múltiplo das águas, como turismo.
“Diante dos resultados apresentados, considerando a continuidade da recuperação dos armazenamentos de relevantes reservatórios de usinas hidrelétricas, o atendimento aos usos múltiplos da água e as incertezas intrínsecas associadas à evolução da estação chuvosa em 2022, o CMSE manifestou-se pela redução da intensidade das medidas excepcionais para o atendimento à carga e a garantia do atendimento em 2022, cuja aplicação continuará a ser reavaliada periodicamente, em reuniões técnicas”, afirma o texto.
Entre essas medidas, estão alterações de vazões e restrições de uso das águas das barragens.