Fonte: Bahia Econômica / Imagem: Divulgação

Algumas revendedoras da capital baiana ainda não repassaram os reajustes do preço do gás de cozinha para os consumidores. O aumento foi anunciado  pela Acelen, na última terça-feira, e varia entre 9,1% e 9,4%, a depender do ponto de entrega. Em Salvador, a diferença do preço do gás pode ser de até  R$ 30, segundo a pesquisa realizada pelo CORREIO, ontem,  em dez revendedoras. Nos locais que já fizeram o reajuste, o preço subiu cerca de R$ 5, com o botijão de 13 quilos custando entre  R$ 105 e R$ 120.

O valor do gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, costuma ser reajustado pela Petrobrás, com efeito em todo território nacional. Entretanto, o reajuste desta semana foi realizado pela Refinaria Mataripe, em São Francisco do Conde. “Esse reajuste é algo inédito no mercado, porque só tínhamos a Petrobrás que interferia no valor do gás. Mas agora existe um novo agente, a refinaria, que reajustou o gás de maneira bem agressiva”, explica Robério Santos, diretor do Sindicato dos Revendedores de Gás no estado.

Em nota, a refinaria  disse que a “formação de preços da Acelen leva em consideração a variação do preço do petróleo no mercado internacional, a cotação do dólar e o frete (do petróleo até a refinaria). As fórmulas de cálculo de preços estão previstas em contrato, foram discutidas com os clientes e aprovadas e homologadas pela ANP. A Acelen tem o compromisso de ser uma empresa competitiva”. A Petrobras concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam)  para o fundo árabe Mubadala Capital – controloador da Acelen – em  novembro do ano passado, num negócio da ordem de R$ 10,1 bilhões.

Na capital, entre as revendedoras pesquisadas pelo CORREIO, a Cabula Gás, em Narandiba, é a que apresenta um valor mais em conta no botijão, sendo R$ 90 a vista e R$ 95 no cartão de crédito. Uma vendedora que preferiu não se identificar, disse que não há expectativa de quando o produto vai ter um reajuste: “O movimento já está fraco, se aumentar o valor, vai piorar ainda mais”.

O Bonfim Gás, localizado na Federação, também não reajustou o valor do botijão, que custa R$ 97 à vista e R$ 100 no crédito. Em bairros mais distantes, o preço chega a R$105, enquanto que se o consumidor for buscar no local o valor é de R$90. No local, também não se sabe quando o reajuste será repassado. Na Gama Gás, no Iapi, na quinta-feira (3) ainda era possível encontrar o produto por R$ 95 reais à vista, mas a expectativa é que na sexta-feira (4), o preço suba.

Entre as revendedoras que repassaram o aumento para os consumidores na quinta-feira (3), a Nordeste Gás, em Amaralina, é a que vende mais barato, R$ 105 à vista e R$ 110 no cartão, com o reajuste de R$ 5. No bairro Uruguai, na El Shadai, é possível encontrar o produto por R$ 109 à vista. Em uma mesma distribuidora, o valor do produto pode variar cerca de R$ 3 conforme o bairro em que se peça o botijão. No caso da Ultragaz, antiga Brasilgás, o gás de cozinha no bairro São Caetano sai por R$ 112 à vista e R$ 117 no cartão, podendo ser dividido em três vezes. Na portaria, o valor é de R$ 99 ou R$ 105, dependendo da forma de pagamento. Na Ultragaz do Vale do Matatu, o produto sai por R$ 114 à vista, R$ 119 no crédito e R$ 100 na portaria.

Já na mesma distribuidora, mas no Engenho Velho da Federação, o preço sai por R$ 115 e R$ 120, tanto o valor à vista como o do cartão sofreram o aumento de R$ 5. O gerente da distribuidora, Walter Neri, explica que o preço real do botijão é o do cartão: “A gente faz o desconto para quem paga à vista porque  a situação tá difícil para todo mundo, mas o preço do gás é o do cartão”. Já na Ultragaz do Engenho Velho de Brotas, o preço é R$ 114 à vista. Segundo o gerente Ronaldo Gomes, o que explica os valores distintos nos bairros e a logística e o frete. Na Boca do Rio, o botijão vendido pela Ultragaz sai por R$ 117 em dinheiro ou débito, R$ 120 no crédito e R$ 106 na portaria.

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