Fonte: Metrópoles / imagem: Dida Sampaio
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), ironizou a posição do Ministério da Economia de não encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta para baixar o preço dos combustíveis, mesmo depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter expressado a vontade de zerar os impostos federais sobre o diesel.
“O presidente Bolsonaro disse o seguinte: ‘Eu quero zerar os impostos federais de combustíveis. Quem tem que escrever o texto para isso? A Economia. Mas a Economia é contra, não escreve texto. O Parlamento é que está tomando a iniciativa de atender uma solução para o combate à inflação, que é reduzir o óleo diesel, porque afeta todos os produtos, ele tem uma repercussão maior”, observou o líder.
“O governo não está nisso. O assunto dos combustíveis é iniciativa do Parlamento. Ponto. Não tem governo, não tem governo, não tem governo”, enfatizou. “O governo é contra. Pergunta para o ministro Guedes. O governo é contra qualquer texto”, destacou Barros.
Ele ainda comparou a atuação de Guedes, sem citar o nome do ministro, a outras áreas do governo que, no seu entender, agem de forma divergente do que pensa Bolsonaro. “O presidente é contra a vacina e o governo distribui vacina para todo mundo”, comparou.
Ao ser questionado sobre o que o governo pretende fazer para resolver o problema dos altos preços dos combustíveis, o líder apontou que não haverá nenhuma iniciativa. “O governo já não tomou a iniciativa”, destacou.
“Isso [a PEC] é iniciativa do Parlamento. A Economia é contra. Logo, o governo não vai ser a favor. Vai sugerir eventualmente alguma alteração no texto, vai dar algum palpite com o relator, pode ser, mas o governo não é a favor. Essa iniciativa da PEC dos Combustíveis é do Parlamento. O governo não tem alternativa”, insistiu.
O texto recebeu assinaturas de 31 senadores, o que permitiu ao autor da PEC, senador Carlos Fávaro (PSD-MT), protocolar a proposta. Para ser aceita, eram necessários pelo menos 27 apoiamentos.
O autor intelectual da PEC é o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Silveira pediu que o colega de partido apresentasse a proposta em seu lugar justamente para que ele possa assumir a relatoria durante as negociações.