Fonte: Insight
Primeiro dia do evento contou, ainda, com o lançamento do WINLPG, iniciativa que busca o equilíbrio de gênero na indústria de GLP
As discussões sobre segurança, competitividade, garantia de abastecimento, preço e projeções para o setor de GLP foram a tônica do primeiro dia do 35º Congresso da AIGLP (Associação Ibero-Americana de Gás Liquefeito de Petróleo). Participaram da mesa de abertura, o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, que ressaltou a grande transformação no mercado de downstream, com os desinvestimentos da Petrobras. “A garantia do abastecimento é uma de nossas atribuições”, frisou Saboia. O deputado federal Christino Áureo anunciou que está trabalhando no Congresso para ampliar o alcance do auxílio gás, projeto do qual é autor e que hoje beneficia 5,5 milhões de famílias. “A ideia é dobrar o número de famílias alcançadas a partir de setembro de 2023 e criar medidas que garantam a destinação específica do benefício para a compra do botijão”, adiantou o deputado.
A diretora de Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo do Ministério de Minas e Energia (MME), Marisa Maia de Barros, ressaltou que o avanço na abertura de mercado vai ajudar no desenvolvimento do setor de GLP e na ampliação da oferta do produto no Brasil. Para o presidente da AIGLP e diretor de Relações Institucionais na Supergasbras, Ricardo Tonietto, mais uma vez a indústria do GLP, em especial a presente na América Latina, mostrou a sua força, resiliência, capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças e, principalmente, responsabilidade social para levar energia às pessoas nos mais distantes locais dos variados países.
Em sua apresentação, a diretora de Petróleo, Gás e Combustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloisa Borges, ressaltou que, de acordo com projeções da EPE, entre 2019 e 2031, a produção de GLP deverá crescer em ritmo mais acelerado (+4,6% a.a.) do que a demanda nacional (+1,4% a.a.), reduzindo paulatinamente as importações do produto, até se tornar um superávit na segunda metade da década. Pelas projeções da EPE, em 2031, as exportações líquidas de GLP representarão 7% da produção nacional.
O primeiro bloco do evento reuniu executivos de empresas e consultores para tratar do tema “Rivalidade X Concentração – Mitos e Verdades no Setor de GLP”. Os painelistas ressaltaram que há uma forte concorrência no mercado de GLP. No Brasil, operam 20 distribuidoras e quase 60 mil revendedores, garantindo uma alta competição dentro dessa indústria e frente aos concorrentes de GLP. Participaram desse painel Barbara Rosemberg, do BMA Advogados; José Tavares, da consultoria Ecostrat; Helder Queiroz, professor da UFRJ; Alberto Orlandi, da Lipigas; e Ricardo Tonietto, da Supergasbras e presidente da AIGLP.
“O GLP é uma commodity e está sujeito a variações de preço. Claro que o governo pode intervir, principalmente em casos de exceção, mas é preciso ter uma política de conscientização da população quanto à importância do GLP na matriz energética, a explicação do valor, como acontece com a energia elétrica, e dicas de economia”, disse Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, durante o segundo painel do dia, “Consumidor Final no Centro das Atenções”. Bandeira de Mello ainda destacou três desafios para políticas públicas: combate à pobreza energética, subsídio focalizado e destinação específica. Além do presidente do Sindigás, participaram do painel Claudia Viegas, da LCA Consultoria, responsável pela moderação; Guilherme Vinhas, do Vinhas e Redenschi Advogados; Rubens Freitas, superintendente de Distribuição e Logística da ANP; e Paula Frigerio, da Abastible (Chile).
O último bloco tratou do tema “O Mercado de GLP Pós-Covid”. Contou com a presença de Adrian Calcaneo, da IHS Markit; Graciela Apariquian, da Acodike; Pedro Turqueto, da Copa Energia; Fernando Ledesma, da Gasco; e Aurélio Ferreira, da Ultragaz, que fez a moderação das discussões. Os palestrantes abordaram questões referentes à produção local e importação do GLP, bem como os fatores que impactam nessa dinâmica. Em relação ao preço, Calcaneo explicou que, na América Latina, o principal fornecedor do gás importado na região são os EUA. “O preço é uma questão internacional e não local”, resumiu Calcaneo.
Para encerrar o primeiro dia do evento, houve o lançamento e assinatura do certificado de implementação, no Brasil, da WINLPG, inspirada na iniciativa da World LPG Association que busca o equilíbrio de gênero na indústria de GLP. Serão recomendadas ações e atividades como parte do processo de planejamento estratégico da WLPGA para abordar esse tema. O lançamento do WINLPG contou com a participação de Alison Abbott, Diretora da WLPGA, e Glória Castro, diretora de RH da Supergasbras e coordenadora da WINLPG Brasil.
Amanhã, último dia do evento, os debates continuam com mais dois blocos de debates: “Programas Sociais: capacidade fiscal dos países”, às 9h, e “Infraestrutura primária de abastecimento – desafios para os próximos anos”, às 11h. O 35º Congresso da Associação Ibero-americana de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP) acontece no Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, até sexta-feira.