Fonte: Portos e Navios / imagem: Divulgação
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou, ontem, que o Brasil aumentaria a produção de petróleo em cerca de 300 mil barris por dia (barris/dia), de modo a contribuir para a oferta global, neste ano. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia, disse hoje que tomou conhecimento da informação por notícias e que desconhece a natureza da afirmativa do ministro.
“Não tenho conhecimento da afirmativa que foi feita, mas, basicamente, nós já temos uma previsão de crescimento da nossa produção, que deve chegar a 4 milhões de barris/dia até 2025”, disse Saboia, a jornalistas, na manhã desta quinta-feira, durante o Congresso da Associação Ibero-americana de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP), no Rio.
Em fevereiro de 2022, a produção brasileira de petróleo ficou em 2,9 milhões de barris/dia, aumento de 3,46% na comparação anual. Há cerca de duas semanas, Albuquerque havia se comprometido com o aumento dos volumes, após um pedido feito por videoconferência pela secretária de energia do governo americano, Jennifer Granholm. O objetivo seria ajudar a estabilizar o mercado internacional, afetado pela redução das exportações russas depois da invasão da Ucrânia.
Questionada sobre o assunto, a diretora de estudos do petróleo, gás e biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloísa Borges, afirmou hoje que a projeção do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031 já era de a produção de petróleo nacional chegar a 3,36 milhões de barris/dia ao final deste ano, aumento de 230 mil barris/dia. O documento entrou em consulta pública em 24 de janeiro, antes da guerra.
“Podemos dizer que no meio dessa crise o Brasil vai manter a produção, o que é um avanço”, afirmou Borges.
Ela explicou que as projeções para os primeiros cinco anos contemplados no PDE, ou seja, até 2026, contemplam investimentos já aprovados pelas operadoras nos planos de desenvolvimento dos projetos protocolado pelas operadoras junto à ANP.