Fonte: CNN / imagem: Pedro Ventura/Agência Brasília

Há três semanas, a Petrobras anunciou uma queda de 5,58% no preço do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras. No entanto, até o momento, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a redução no valor do botijão de 13Kg não chegou ao bolso do brasileiro.

De acordo com o último boletim de preços divulgado pela ANP, o preço médio do gás de cozinha foi verificado em R$ 113,50, no Brasil.

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Alberto Ajzental fez uma projeção de que a redução apresentada pela Petrobras pouparia de R$ 3 a R$ 6,50 no bolso do consumidor, em relação ao que estava sendo pago nos últimos meses.

Mas, de acordo com ele, a diminuição do preço não deve ocorrer por conta da competição apresentada pela indústria.

“Na teoria, o distribuidor repassaria toda a queda de custo que teve, mas, na prática, sabemos que não é assim. Quando se fala em aumento e queda de preço, a subida sempre será quase que imediata. Para ter a queda no valor, o varejista quer ver se consegue ganhar um pouco de margem, então não deixa cair de imediato. Ele olha para a concorrência primeiro para ver se reduz o custo. Isso é normal no mercado. O que faz o movimento nos preços é a competição dos distribuidores”, diz o economista.

No dia 11 de março, a Petrobras havia anunciado um aumento de cerca de R$ 8 no preço do gás de cozinha para as distribuidoras, passando de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg.

Na semana seguinte, o levantamento de preços da ANP verificou um aumento de mais de R$ 10 no valor médio do botijão no país. Segundo dados da agência, na semana de 6 a 12 de março, o custo médio do GLP era de R$ 102,41. Após o reajuste, na semana de 13 a 19 de março, passou para R$ 112,54.

“Não acredito que essa queda toda seja repassada. Para o consumidor sentir uma melhora no bolso, teria que ter uma queda dramática, de 15% a 20%. Isso faria com que eles entrassem na concorrência para atrair mais clientes”, avalia Ajzental.

Desde 2019, a Petrobras revisou a política em relação ao GLP, passando a vigorar o preço de paridade de importação (PPI), onde o valor do combustível é definido pelo preço do produto no mercado internacional.

Em comunicado na época, a Petrobras afirmou que “na nova política de preços de GLP os reajustes passam a ser realizados sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise dos ambientes interno e externo”.

A CNN entrou em contato com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) e a entidade afirma que os preços do GLP são livres em todos os elos da cadeia e suscetíveis às variações do mercado.

Segundo Sindigás, as distribuidoras associadas não reportam ao sindicato qualquer aumento ou baixa de preço e ressalta que não há como fazer uma previsão ao consumidor.

Em nota, o Sindigás recomenda aos consumidores que façam sempre uma pesquisa antes de efetuar a compra, de forma a buscar a melhor combinação de oferta de serviço e preço sempre tendo em conta sua relação de confiança com sua marca e revenda de preferência.

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