Fonte: Exame / imagem: Pexel

Com o aumento registrado nos últimos meses, os preços do diesel e da gasolina já passam de R$ 8 em alguns estados brasileiros, segundo levantamento recente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mais que afetar o bolso do consumidor individual, o valor do diesel gera impacto em toda a cadeia produtiva e logística nacional. É desse combustível que muitas indústrias dependem para alimentar suas máquinas e que produtores agrícolas precisam para operar seus tratores e poder semear e colher.

De acordo com o jornal El Comercio, no Peru, caminhoneiros e motoristas de ônibus intermunicipais já iniciaram uma onda de protestos contra o aumento no preço dos combustíveis. No Brasil, o governo avalia a criação de um ‘auxílio-caminhoneiro’ mensal a ser pago até o fim do ano. A proposta inicial era de R$ 400 por mês, mas frente à reação negativa dos caminhoneiros, a cúpula do Palácio do Planalto articula com o Congresso a possibilidade de aumentar esse valor.

O aumento do diesel e da gasolina vem causando mal-estar entre o governo e a Petrobras, que precifica os combustíveis baseada no Preço de Paridade Internacional (PPI), se orientando pelas flutuações do mercado internacional. A estatal já afirmou em nota que o mercado global de energia está atualmente em “situação desafiadora”, por conta da recuperação da economia mundial e a guerra na Ucrânia e que é necessário repassar as oscilações no preço do petróleo e derivados. A empresa argumenta ainda que, se isso não for feito, pode tomar prejuízos significativos e até ser alvo de ações na Justiça.

Mas, além do aumento, o que preocupa toda a economia mundial é a escassez do diesel. O analista de mercado da Reuters John Kemp acredita que a falta global de diesel anuncia uma desaceleração econômica iminente. “A escassez global de diesel indica que o ciclo econômico está chegando ao seu pico e que um período de crescimento mais lento ou mesmo de recessão é iminente para trazer o consumo de volta à produção”, diz ele.

Outro indício que confirma a desaceleração é que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua previsão de crescimento econômico global para este ano de 4,5% para 3%, e estimou que em seus 37 países membros haverá uma inflação média anual de 8,5%.

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