Fonte: Exame / imagem: Petrobras
A Petrobras anunciou que vai reduzir o preço da gasolina em suas refinarias a partir de terça-feira, 16. O litro de gasolina terá uma redução de R$ 0,18, o equivalente a 4,85%.
O preço da gasolina nas refinarias passará de R$ 3,71 para R$ 3,53 por litro, em média (o valor final ao consumidor nos postos é maior do que isso, porque inclui ainda tributos e margens no restante da cadeia).
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 15. É a terceira redução de preço da Petrobras em um mês:
A petroleira já havia reduzido o preço nas refinarias em R$ 0,20 em 20 de julho;
E em R$ 0,15 em 28 de julho.
Os demais combustíveis, como diesel, GLP (usado no gás de botijão) e gás natural, seguem com os preços atuais.
A redução acontece em meio à queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional, com .
A Petrobras afirmou em nota que “acompanha a evolução dos preços internacionais de referência” e que a redução “é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global.”
Acompanhando o mesmo movimento, a Petrobras reduziu duas vezes o preço do diesel na última semana.
Após ter encostado em quase US$ 130 neste ano com a guerra na Ucrânia, o preço do barril do tipo Brent (usado como referência pela Petrobras) teve quedas consistentes em junho e julho.
O Brent caiu para baixo do patamar de US$ 100 e era cotado a US$ 94 no início da tarde desta segunda-feira.
Nos meses anteriores, em movimento contrário, a Petrobras vinha aumentado o preço da gasolina em suas refinarias, quando o petróleo estava em alta no mercado internacional. Os cortes da gasolina em julho foram os primeiros feitos pela petroleira desde dezembro.
Inflação mais baixa
A redução no preço da gasolina deve seguir puxando para baixo os impactos do combustível na inflação. Em julho, o Brasil registrou deflação de -0,68% pela primeira vez na série histórica iniciada em 1980 no IPCA, índice inflacionário medido pelo IBGE.
O preço da gasolina em julho caiu 15%, segundo registrado no IPCA.
O novo corte de hoje tem impacto direto no IPCA de -15bps, segundo nota da Ativa após o anúncio da Petrobras nesta segunda-feira, “supondo que o repasse ao longo da cadeia está similar a períodos recentes (55%) e utilizando pesos estimados para agosto”.
“Em função da transmissão ao longo da cadeia, estimamos que os impactos serão sentidos apenas a partir do dia 25 de agosto, o que deixa apenas 2bps de impacto no IPCA deste mês, com redução de 13bps na projeção de setembro. Com isso, estimamos que o IPCA de agosto fique em -0,21% e de setembro em +0,23%”, diz a Ativa.
A projeção da casa para o IPCA deste ano foi reduzida de 6,5% para 6,3%. No boletim Focus desta segunda-feira, a mediana dos analistas para o IPCA 2022 foi de 7,11% para 7,02%.
Para 2023, no entanto, as projeções vêm crescendo com os riscos no médio prazo para o Brasil: a projeção do IPCA para 2023 foi de 5,36% para 5,38% no Focus.