Fonte: IstoÉ / imagem: CADE
(Reuters) – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, pela Petrobras para a Ream Participações S.A, do Grupo Atem, em sessão extraordinária nesta terça-feira.
A compradora terá que garantir acesso não discriminatório de quaisquer distribuidoras ao Terminal de Uso Privado (TUP) da refinaria, em Manaus, fundamental para a movimentação de combustíveis para o Estado.
As restrições foram propostas ao conselho pela própria Petrobras e pela Ream, como forma de evitar uma reprovação da operação, diante da forte oposição de distribuidoras que atuam na região, como Raízen e Ipiranga, que alegavam que haveria verticalização do mercado na região, uma vez que o Grupo Atem já atua na distribuição de combustíveis.
No entanto, como a maior parte da demanda de diesel e de gasolina para a região Norte é suprida por combustíveis importados ou produzidos por outras refinarias do país, e transportados por cabotagem, os conselheiros não se opuseram à venda da refinaria em si.
“Considerando os dados apresentados pelo Departamento de Estudos Econômicos (DEE), do Cade, em termos de volume, o produto refinado pela Reman atende a apenas 10% da demanda de diesel da região Norte e a 29,4% da demanda de gasolina”, disse, em seu voto, o conselheiro revisor Gustavo Augusto de Lima.
Entre as medidas está a obrigatoriedade de criação pelo Grupo Atem de uma nova empresa, que será responsável pela operação do TUP Reman, e a completa segregação de informações entre ela e as demais empresas do grupo, incluindo a distribuidora.
“Não estamos permitindo monopólio privado. Estamos criando competição. Exatamente para isso que está se prevendo a adoção de remédios para garantir que os combustíveis líquidos dos concorrentes cheguem à região”, acrescentou o conselheiro.
A Reman foi a segunda refinaria vendida pela petroleira do grupo de oito unidades que terão de ser alienadas a partir do acordo firmado com o Cade em 2019 para redução de participação da Petrobras no mercado nacional de refino.
O contrato de venda foi assinado em agosto do ano passado, no valor, à época, de 189 milhões de dólares.