Fonte: Brasil Agro / imagem: Cosan

Empresa anunciou compra de 4,9% na Vale e disse que, caso regulador aprovar, ampliará participação para 6,5%, o que corresponde a um investimento de R$ 23 bilhões

A Cosan, do empresário Rubens Ometto, anunciou a compra de 4,9% das ações da mineradora brasileira Vale, tornando-se uma de suas principais acionistas da mineradora. A Cosan, uma gigante na área de açúcar e álcool, informou que sua intenção é de atingir uma fatia da 6,5% na fabricante de minério de ferro, mas que para isso precisa do sinal verde por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Se tiver o aval, a Cosan alcançará uma posição de mais de R$ 23 bilhões na mineradora, uma das companhias de maior valor de mercado da Bolsa brasileira.

Ao mercado, a Cosan afirmou que “esse movimento é mais um passo na jornada de diversificação de portfólio da companhia, investindo em ativos irreplicáveis nos setores em que o Brasil tem clara vantagem competitiva”. “Temos grande admiração e respeito pela Vale, que é exatamente o tipo de empresa na qual buscamos investir: um ativo global único atuante em um setor fundamental para o Brasil e estratégico para a transição energética do mundo”, afirmou, em comunicado, o presidente da Cosan, Luis Henrique Guimarães.

Com o investimento, a Cosan se posiciona entre os principais acionistas da Vale, companhia que não tem controle definido. O fundo dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ, possui 8,6% do capital; o fundo estrangeiro Capital, 6,69%; o conglomerado japonês Mitsui, 5,99%; e a BlackRock, uma das maiores gestoras de investimento do mundo, soma 6,33% do capital da gigante do minério de ferro.

A Cosan, ao fazer a compra de quase 5% da Vale, aumenta seu portfólio, ampliando presença no setor de commodities. Hoje ela também já atua no segmento de gás natural, com a Compass; em lubrificantes, com a Moove; e em transportes ferroviários, com a Rumo e em energias renováveis, com a Raízen, que também é uma empresa listada na Bolsa.

Como será feito o pagamento

A empresa montou uma equação financeira para pagar o investimento que não afetará seu endividamento, por meio de uma uma combinação de linhas de crédito que incluem a emissão privada de notas comerciais e um financiamento atrelado a instrumentos derivativos.

A Cosan informou que, para conseguir adquirir a participação adicional de 1,6%, o que garantirá a posição de 6,5% na empresa, já estruturou uma operação de derivativos – que são ativos estruturados na Bolsa visando a uma transação futura. Segundo a empresa, no entanto, essa operação será convertida em posição direta apenas após a liberação do regulador.

Os analistas da Eleven Financial afirmaram que, com o investimento da Vale, a operação da Cosan pode se tornar mais complexa, “sem muita sinergia entre os negócios da empresa”. As ações da companhia de Rubens Ometto tinham forte queda nesta sexta-feira, 7 (O Estado de S.Paulo, 8/10/22)

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