Fonte: Click Petróleo e Gás / imagem: Petrobras
Esse é o segundo aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Refinaria de Mataripe em menos de duas semanas
No último sábado, 15, a Refinaria de Mataripe, que é a maior refinaria privada do Brasil controlada pela Acelen, elevou o preço de venda de gasolina e do óleo diesel mais uma vez. Foi o segundo aumento em duas semanas, período em que a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) ordenou a redução na produção, o que pressionou as cotações internacionais. Enquanto isso, a Petrobras, a refinaria mais importante do país, vem atrasando os reajustes no preço dos combustíveis, apesar de o valor do petróleo estar em níveis elevados desde o início do mês no mercado internacional.
Segundo fontes da Folha de São Paulo, de acordo com relatos da alta administração da corporação, o governo estaria pressionando a empresa para ocultar qualquer notícia desfavorável, pelo menos até o final do mês de outubro.
De acordo com a Abicom, a defasagem de preço médio dos combustíveis nas refinarias brasileiras e a paridade internacional segue alta
De acordo com a empresa que administra a refinaria de Mubadala, Acelen, as alterações de preços refletem “a precificação de variáveis de mercado ligadas ao diesel e à gasolina, que se mantiveram em patamares elevados no mercado internacional devido à queda dos estoques no globo”.
Segundo nota divulgada pela Acelen, “a empresa tem uma estratégia de preços clara, respaldada por critérios técnicos e de acordo com as normas do mercado mundial”. A refinaria de Mataripe é responsável por 14% da capacidade total brasileira de refino de combustível.
Na sexta-feira (14), Fernando Borges, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, afirmou que a Petrobras atende à sociedade segurando reajustes em períodos de escalada dos preços mundiais do petróleo. Borges afirmou que essa é uma das formas de contribuição da Petrobras para os brasileiros.
A Petrobras também afirma que monitora as cotações externas, mas sustenta que não repassa aos clientes o que chama de “volatilidade pontual” nas variações de preços. No entanto, de acordo com especialistas do setor, a redução na produção da Opep já trouxe o preço do petróleo para um novo patamar, o que causa uma certa estranheza, o “não repasse” dos valores por parte da petrolífera brasileira.