Fonte: Rondônia ao vivo / imagem: CJJ
O interior de Rondônia já começa a sentir os impactos dos bloqueios das rodovias feitos por bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições do último domingo, 30 de outubro.
Em Mirante da Serra, em contato com funcionários da Prefeitura, houve a confirmação de que não há mais nenhum tipo de combustível na cidade. A informação foi repassada por moradores, na noite de quarta-feira (02) ao Rondoniaovivo, por mensagens de WhatsApp.
Ali perto, em Ouro Preto do Oeste, dos seis postos dentro da zona urbana, apenas um ainda tem produtos disponíveis, que devem acabar no final da manhã. E também vai faltar gás de cozinha, ainda de acordo com detalhes dados por famílias.
“Tem bastante fila e disseram que vai acabar tudo às 11 horas. Apenas um depósito ainda tem botijas de gás para vender, mas disseram que vai terminar em breve. Tem outros três postos na BR, próximos da cidade que ainda tem combustíveis, porém tá complicado chegar lá”, explicou um morador da cidade.
E ele protesta: “Esses bloqueios são só para os arruaceiros. No feriado, o povo foi lá só para colocar roda de viola, beber e comer churrasco. Sou contra esse tipo de ato. O direito de ir e vir está na Constituição”.
Ainda na terça-feira (01), o Rondoniaovivo divulgou que houve até uma briga na fila de um posto de combustíveis em Colorado do Oeste. Os produtos acabaram no mesmo dia.
Urgência
O Ministério Público Estadual, por meio do Coordenador do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública (Gaesp), promotor de Justiça Tiago Cadore, encaminhou uma notificação ao Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Rondônia, Rommel Dantas, na quarta-feira (02).
No documento, o promotor solicita que a PRF adote as providências necessárias para garantir a circulação regular dos caminhões de combustível, inclusive mediante escolta, se for o caso, para que possam levar o produto até os 51 municípios do interior de Rondônia.
A notificação veio depois que o MPRO recebeu pedidos de alguns prefeitos, que alegam que cidades estão totalmente ou parcialmente desabastecidas, em função das paralisações nas rodovias federais e estaduais, desde o último domingo, (30/10).
Os chefes do Executivo informaram que a situação se agrava em função de faltar combustível para ambulâncias transportarem pacientes para municípios maiores ou mesmo para a capital.
A falta de combustível, conforme narram os prefeitos, também atinge ônibus que fazem o transporte de estudantes de áreas rurais para a cidade.