Fonte: Agência CMA / imagem: Petrobras

São Paulo – A Petrobras informou que concluiu com êxito o primeiro teste no Brasil do novo Diesel R (na configuração R5), combustível com 5% de conteúdo renovável (de origem vegetal) em sua composição, que integra o programa de BioRefino da companhia, voltado para o desenvolvimento de uma nova geração de produtos de menor intensidade de carbono. A cerimônia de conclusão dos testes foi realizada nesta quarta-feira, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), e contou com representantes das empresas e órgãos envolvidos na iniciativa.

Segundo a Petrobras, durante seis meses, quatro ônibus da Autoviação Redentor circularam com o Diesel R5 na cidade de Curitiba (PR). O teste foi conduzido pela Petrobras, Vibra Energia, Mercedes-Benz, URBS (órgão que gerencia o transporte coletivo e comercial em Curitiba), além da Autoviação Redentor.

De março a setembro deste ano, os quatro ônibus testados foram abastecidos com aproximadamente 100 mil litros de Diesel R5, distribuídos em três rotas distintas.Os resultados dos testes corroboraram a característica in do diesel renovável, ou seja, é um produto que pode ser usado nos sistemas projetados para óleo diesel sem necessidade de qualquer modificação nos motores e na infraestrutura logística.

Este foi o primeiro teste de diesel com conteúdo renovável realizado no Brasil em condições reais de uso. Ficamos muito satisfeitos com os resultados que comprovam a viabilidade do Diesel R5 como uma alternativa de combustível de qualidade e com menores emissões de gases do efeito estufa, comenta o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Mastella.

A Petrobras disse que o diesel R5 rodou com confiabilidade e bom desempenho e que não foram observados problemas como entupimento de filtros, depósitos no sistema de injeção ou perda de potência dos motores. Em relação ao consumo, o novo combustível não apresentou diferenças quando comparado com o óleo diesel mineral.

“Foi possível avaliar também aspectos de produção, logística, comercialização e distribuição do produto”, disse a Petrobras, em comunicado.

Menores emissões de gases de efeito estufa

O grande diferencial do Diesel R5 está na sua capacidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, sem necessidade de alteração nos motores ou nos sistemas logísticos. Em toda a cadeia, o Diesel R5 produzido para o teste evitou a emissão de uma tonelada de CO2 equivalente a cada 9,5 mil litros consumidos, aproximadamente, quando comparado com o óleo diesel mineral.

Para essa avaliação, foram consideradas as emissões da parcela relativa ao combustível fóssil durante as etapas de extração, produção e uso; assim como as emissões do conteúdo renovável, incluindo a produção da matéria-prima, a extração do óleo vegetal, o coprocessamento na refinaria e o uso final. Também são considerados nos cálculos as emissões devidas aos transportes intermediários entre todas essas etapas.

Viabilidade do Diesel R5

O teste de frota despertou o interesse do mercado pelo produto. Na primeira quinzena de setembro, a produção de 1.500 m3 foi comercializada com distribuidoras. A previsão é que, no ano de 2023, novos lotes de diesel com conteúdo renovável estejam sendo oferecidos para empresas interessadas.

Para a produção do novo combustível na Repar, foram necessários investimentos no recebimento e transferência da matéria prima renovável. A produção ocorre a partir do coprocessamento (processamento conjunto) de matérias primas renováveis, neste caso, óleo de soja refinado, com óleo diesel mineral, utilizando unidade operacional já existente.

A Repar já tem capacidade para produzir diesel com conteúdo renovável, a partir de coprocessamento de matéria prima vegetal. E planejamos expandir a produção do diesel com conteúdo renovável para outras refinarias no Sudeste e, futuramente, ter uma unidade dedicada para o processamento da matéria prima vegetal. Até 2026, serão investidos US$ 600 milhões com esse objetivo, através do Programa BioRefino, destaca o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.

A tecnologia de coprocessamento é amplamente utilizada na Europa e nos Estados Unidos, por se tratar da forma mais rápida e de baixo investimento para se introduzir combustíveis de baixo carbono no mercado.

A Petrobras informou que, na última segunda-feira (21/11), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu que qualquer rota tecnológica de produção poderá ser utilizada na adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final.

Com esta medida, o diesel renovável, produzido em unidades dedicadas ou por coprocessamento com óleos vegetais, poderá ser admitido, após a ANP regular a decisão, para cumprimento do teor obrigatório de biodiesel no óleo diesel comercializado nos postos de combustíveis. A introdução do novo combustível poderá viabilizar a utilização de teores mais elevados de renováveis nos novos motores a diesel; possibilitando, também, o aumento da competitividade na oferta de biocombustíveis no país.

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