Fonte: EPBR / imagem: Pexels

O choque provocado pela OPEP+, ao anunciar um corte inesperado na oferta de óleo entre maio e dezembro deste ano, tende a ser mais um fator para pressionar a inflação dos combustíveis nos próximos meses.

– O Brent é negociado em alta de quase 6% nesta segunda (3/4), aos US$ 84 por barril. A commodity já vinha ensaiando uma recuperação em semanas recentes com a melhora dos cenários macroeconômicos nos EUA, encerrando a semana passada próximo dos US$ 79.

– A Arábia Saudita e Rússia anunciaram cortes de 500 mil barris/dia, cada. Outros exportadores do Golfo e da África estão acompanhando os cortes voluntários e produção corte se aproxima dos 1,5 milhão e meio de barris/dia (Reuters).

O choque acontece às vésperas do aumento do ICMS dos combustíveis no Brasil. Estados fecharam na semana passada um calendário para começar a aplicar o imposto fixo sobre quantidade vendida entre maio e junho – é a reforma defendida pelo mercado de combustíveis e aprovada no Congresso Nacional ano passado.

– O ICMS da gasolina, diesel B e gás de cozinha (GLP) passa a ser o mesmo em todo o país e, assim, sobe em relação aos praticados em março em praticamente todos os estados. Mais em ICMS fixo da gasolina será de R$ 1,22; Estados adiam novo ICMS do diesel e GLP

A pressão externa vem na esteira do aumento do imposto federal da gasolina, que entrou em vigor em março, atendendo à emenda constitucional que obriga o governo federal a manter uma diferença favorável ao etanol. Isto é, o imposto da gasolina não poderia continuar zerado.

E recai sobre a Petrobras, responsável pelo suprimento de cerca de 80% da gasolina e diesel no Brasil. A companhia vinha reduzindo preços, com alívio nas bombas – e vem rebatendo a necessidade de manter o preço de paridade de importações como prática comercial.

–  O novo presidente da companhia, Jean Paul Prates, chegou a afirmar que a Petrobras não pode praticar preços para manter o mercado artificialmente viável para concorrentes. A companhia vai “disputar cada metro cúbico de combustível”, disse o executivo no mês passado (Poder360).

No cálculo dos concorrentes, a companhia já operava na sexta (31/3) com defasagem na gasolina e no diesel em alguns portos. A paridade estava perto do limite, nas contas de importadores (Abicom).

Proálcool? Montadoras cogitam lançar modelos populares (R$ 50 a R$ 60 mil) movidos exclusivamente a etanol. O segmento popular morreu em anos recentes e o setor enfrenta uma onda de baixa nas vendas, agravada pela persistência dos altos juros no Brasil. Assunto foi levado ao MDIC, segundo Eduardo Sodré, na Folha.

– Vale lembrar: que além do imposto federal, a alta no ICMS da gasolina comum (27% etanol hidratado), tende a beneficiar a competitividade do etanol hidratado, vendido direto nas bombas.

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