Fonte: EPBR / imagem: Transpetro
RIO — O Conselho de Administração da Transpetro elegeu, nesta quinta-feira (27/4), Sérgio Bacci para o cargo de presidente da companhia. Ele assume o comando da subsidiária de logística da Petrobras nesta sexta-feira (28/4), no lugar de Luiz Eduardo Valente.
Os conselheiros também nomearam Fernando Mascarenhas como diretor financeiro e Jones Soares como diretor de Transporte Marítimo, Dutos e Terminais.
Sérgio Bacci foi vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), entidade que representa estaleiros e empresas da cadeia da indústria naval.
É administrador de empresas, com experiência de mais de 20 anos no setor naval e offshore, logística e transportes marítimos.
Foi também secretário de Fomento e Ações de Transportes do Ministério dos Transportes no primeiro governo Lula (PT). No setor privado, atuou em companhias de navegação, como Asgaard Navegação, Opmar Serviços Marítimos e Bram Offshore.
Nova diretoria mescla profissionais da casa e de fora
Além de Bacci, o governo indicou outro profissional de fora do quadro da Transpetro para a diretoria:
Fernando Mascarenhas tem um currículo focado em diferentes indústrias, como aviação, navegação, mineração e siderurgia. Fez uma carreira de quase 14 anos na Vale, onde foi gerente executivo de Análise e Planejamento Financeiro (FP&A) Global da Vale; gerente sênior de Relação com Investidores, gerente geral da Operação de Rebocadores e gerente geral de Inteligência de Mercado de Navegação.
Foi também vice-presidente executivo de Administração e Finanças da California Steel Industries (CSI).
É engenheiro eletrônico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Sistemas Digitais/Redes de Computadores – MSC pela Coppe/UFRJ. Possui pós-graduação em Marketing pela PUC-RJ, e em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral (FDC), onde também concluiu o MBA em Gestão Empresarial.
Jones Soares, por sua vez, é funcionário de carreira do sistema Petrobras e atua na Transpetro há 22 anos.
Foi gerente executivo de Operação de Navios e diretor da Transpetro International BV. Também atuou como comandante de navios mercantes da Petrobras Transporte – Fronape.
É bacharel em Ciências Náuticas pelo Centro de Instrução Almirante Braz Aguiar e mestre em Gestão de Serviços pelo Instituto Universitário de Lisboa. Possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, Negociação e Liderança pela Harvard Law School e Ship Management & Logistics pela Cambridge Academy of Transport, na Inglaterra.
Lula promete ampliação da frota de navios da Transpetro
O presidente Lula afirmou este mês que a frota de navios da Transpetro será ampliada em seu governo, para estimular a indústria naval.
“A Petrobras financiará pesquisa para novos combustíveis renováveis e, ao mesmo tempo, retomará o papel de protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando emprego em nossos estaleiros”, discursou, em reunião ministerial para simbolizar os cem dias de gestão.
A contratação de petroleiros para a Transpetro foi um dos eixos do plano de revitalização da indústria naval dos governos do PT.
Foi no primeiro mandato de Lula que a subsidiária da Petrobras lançou o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) — descontinuado em meados da década passada, em meio à crise financeira da petroleira e da indústria naval, na esteira dos escândalos de corrupção deflagrados pela Operação Lava-Jato.
O aumento das encomendas aos estaleiros nacionais é uma demanda do setor. Na última década, as grandes encomendas de plataformas migraram para os estaleiros asiáticos.
Dados do Sinaval mostram que, em 2014, a indústria naval brasileira somava cerca de R$ 9,5 bilhões em projetos contratados. Em 2021, esse valor era de R$ 570 milhões.
A crise do setor, desencadeada a partir de 2014, refletiu-se na geração de empregos: desde o ápice de postos de trabalho, de 82 mil em dezembro de 2014, o país perdeu mais de 60 mil vagas. Em maio de 2022, eram cerca de 21 mil.