Fonte: O Estado do Ceará / imagem: CJJ

O Ceará registrou um aumento no número de incêndios por gás em 2023. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará ( CBMCE) 1.218 ocorrências foram registradas, entre os casos mais frequentes estão os acidentes com gás de cozinha. O resultado é superior aos mesmos períodos dos anos de 2022 e 2021, quando foram registrados 1.202 e 977 ocorrências, respectivamente. Conforme o balanço da corporação, os gases mais comuns nesse tipo de ocorrência são: o gás natural, carbônico, nobre, combustível, metano e butano.

Os dados comprovam que há uma necessidade maior para os inúmeros cuidados e prevenções para evitar esses dados alarmantes. é importante lembrar que o gás de cozinha é composto basicamente pelos gases propano e butano, além da adição de um composto de enxofre para dar o cheiro que serve como aviso. Em muitos casos, esse cheiro predomina e faz com que a pessoa não perceba o vazamento. Foi o que aconteceu com o entregador de gás, José Bezerra, de 41 anos.

“Durante o meu trabalho eu estava com muita pressa, realizava uma entrega e já corria para atender outra demanda. Um dia, ao entrar na casa de uma cliente eu senti um cheiro forte mas achava normal diante das outras residências que já havia atendido, mas a boca do fogão dela estava vazando e ao colocar o gás explodiu tudo. Me lembro que vi muita sacola embaixo da pia e de repente tudo começou a pegar fogo e desmaiei. Por pouco não morri, graças a Deus a casa estava muito ventilada e isso ajudou na hora do resgate. Passei quatro meses internado e não consegui mais voltar ao trabalho. O meu conselho é que as pessoas prestem muita atenção ao fogão, sempre observar se está ligado e também trocar a mangueira do gás a cada cinco anos. É algo muito sério e pode ter consequências piores”, alerta José.

Prevenção

Uma das principais ocorrências são os incêndios domésticos causados pelo vazamento na mangueira do botijão de gás. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Ceará, o mais indicado é trocar a mangueira de gás após o prazo de validade de cinco anos. O novo registro pode evitar acidentes domésticos. “Quando o gás vaza para o ambiente, ocorre a vaporização e a superfície do botijão esfria, dando a impressão de que o botijão está transpirando. Estes fenômenos são perigosos e podem causar uma explosão ambiental caso haja uma fonte de calor próximo a esse vazamento, todo cuidado é pouco”, pontua o CBMCE.

Além disso, na aquisição do botijão de gás, é importante verificar se ele apresenta amassados, ou pontos de ferrugem, pois estes indicam a possibilidade de vazamentos estruturais. Outras dicas importantes são: nunca deitar o botijão de gás, evitar colocar panos de prato, sacolas ou tecidos próximo ao botijão e colocar o botijão de gás em local bastante arejado.É importante também que ele seja fabricado segundo a Norma Técnica 8460 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além disso, a mangueira deve ter comprimento máximo de 80cm, ser de plástico PVC transparente, com tarja amarela, incluindo a gravação do código NBR 8613 e do prazo de validade e comprimento máximo 80cm.

“Os principais cuidados são em relação a qualidade e tempo de uso de materiais como registro do botijão, mangueiras , presilhas e ao próprio botijão. A validade desses materiais devem estar em dias, sem sinais de ferrugem, rachaduras ou vazamentos. Todos esses materiais têm um tempo de uso que deve ser observado. Caso ocorra grande vazamento, rompimento da mangueira ou do Registro, o botijão deve ser removido para um lugar aberto e bem arejado. E equipamentos eletrônicos que estejam ligados não devem ser desligados ,pois podem gerar centelha que venha ocasionar chamas ou até explosões. Caso ocorra chamas ou explosões, o serviço dos bombeiros deve ser acionado o quanto antes e o local deve estar prontamente esvaziado de pessoas. Em ambos os casos , vazamento de GLP sem fogo ou com fogo , o serviço dos bombeiros deve ser acionado pelo número 193”, explica o Soldado Rocha do CBMCE.

Por Dayse Lima

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