Fonte: Correio da Bahia – Impresso / imagem: CJJ
Custando quase 10% do salário mínimo, o baiano precisará desembolsar um pouco mais para comprar o seu botijão de gás no mês de outubro, o que será um desafio tanto para o consumidor quanto para o revendedor. O valor do gás de cozinha sofreu mais um reajuste na manhã de ontem (11). De acordo com Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, o aumento é de 3,5% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), para as distribuidoras.
Em média, o botijão de gás está custando R$ 130 na capital baiana, mas pode ser encontrado por R$ 138, um valor que ultrapassa o preço visto em janeiro (R$ 134), o mais alto do ano até ontem. “Está difícil e desafiador”, relata a revendedora Kátia Brandão. “Isso vai repercutir mal porque as vendas vão cair. Vai comprometer a área financeira da revenda, se não conseguirmos repassar os constantes aumentos, toda a estrutura financeira é comprometida e a revenda fecha”, emenda.
Este é o quinto aumento do ano, além do segundo somente em outubro. “Vou ter menos dinheiro para comprar comida porque hoje não se faz nada sem o gás”, afirma Joselita Ferreira,
coordenadora de uma escola municipal em Lauro de Freitas. “Isso vai impactar muito na população mais pobre porque é um impacto direto na cesta básica”, diz.
Em nota, a Acelen afirma que este reajuste aconteceu devido às variáveis do mercado internacional, como o custo do petróleo e o dólar. Por ser adquirido a preços internacionais, a cotação do dólar e o frete podem fazer o preço do produto variar para cima ou para baixo. O primeiro aumento de outubro, no dia 2, foi de 6,5%.
DICAS DE ECONOMIA
Evitar ligar o fogão para qualquer tipo de cozimento ou usar todas as bocas ao mesmo tempo são algumas das dicas dadas pelo economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-Ba) Edval Landulfo. “É preciso entender se é necessário fazer aquele tipo de alimento no forno, ou no micro-ondas, ao invés de utilizar o gás do botijão ou o próprio gás encanado”, diz.
Para os restaurantes ou locais onde se é muito utilizado o gás de cozinha, é recomendado a racionalização. Sempre com atenção para não passar do ponto de cozimento e evitar o desperdício do gás com as bocas do fogão em fogo alto por muito tempo. Lembrando sempre de manter o equipamento com a manutenção em dia para evitar o vazamento ou chamas muito altas.
As sócias da Marmitaria, Thais Teles e Lílian Lacerda, usam entre sete e oito botijões por mês para fazer cerca de 5 mil refeições. As sócias precisaram mudar para diminuir o impacto do segundo aumento para os clientes, sem que a qualidade seja perdida.
“Intensificamos a produção de refeições com ingredientes que demandam menos tempo de cozimento. Aumentamos o uso de massas sem glúten, que cozinham mais rápido, e demos uma pausa em molhos que demandavam muitas de horas em fogo baixo”, conta Thaís.
Também é recomendado pelo economista Edval Landulfo que sejam feitas porções maiores para não ser necessário utilizar o fogão para repetir o processo de cozimento de um alimento mais de uma vez. O uso do micro-ondas para esquentar pratos prontos também é uma alternativa.