Fonte: Metrópoles / imagem: Pexels

Em sua sétima reunião em 2023 para definir a taxa básica de juros da economia brasileira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu por uma nova redução de 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 12,25% ao ano. O anúncio, que já era esperado pelo mercado, aconteceu no início da noite desta quarta-feira (1º/11). A votação foi unânime.

Foi o terceiro corte dos juros desde agosto, quando o Copom interrompeu o ciclo de aperto monetário e baixou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,75% para 13,25% ao ano. Em setembro, a taxa caiu mais 50 pontos-base, para 12,75%.

É a terceira reunião do colegiado desde a entrada dos dois novos integrantes indicados pelo governo: Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, e Ailton Aquino, diretor de Fiscalização.

O novo patamar da Selic é o menor desde a reunião do Copom de março de 2022, quando os juros estavam em 11,75% ao ano.

Antes de os juros chegarem a 13,75% ao ano, o Copom havia elevado a Selic 12 vezes seguidas, em um ciclo que teve início em março de 2021, em meio à alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis.

Havia um consenso no mercado de que a Selic seria reduzida novamente em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano – o próprio Copom indicou, nos comunicados que acompanharam as últimas decisões, que seguiria esse caminho de cortes. A principal explicação é a desaceleração consistente da inflação no Brasil nos últimos meses.

Inflação

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Ao reduzir a Selic, a tendência é a de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,26%. Embora tenha acelerado em relação a agosto (quando foi de 0,23%), o indicador veio abaixo das projeções do mercado.

No acumulado de 12 meses, até setembro, a inflação no país foi de 5,19%. Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

De acordo com a última edição do Relatório Focus, do BC, divulgada no início desta semana, a inflação no Brasil deve terminar 2023 em 4,63% – abaixo, portanto, do teto da meta para este ano.

Ainda segundo o Focus, que mede a percepção do mercado financeiro sobre indicadores econômicos, a Selic deve ficar em 11,75% no fim de 2023, com mais uma provável queda de 0,5 ponto percentual na reunião do Copom em dezembro. Para 2024, no entanto, a projeção subiu de 9% para 9,25% ao ano. Para 2025, ela foi elevada de 8,5% para 8,75%.

Reunião do Copom

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia de reuniões, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia no Brasil e no mundo, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê definem a taxa Selic.

A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 12 e 13 de dezembro. Será o último encontro em 2023.

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