Fonte: Info Money / imagem: Vibra
O CEO da Vibra (VBBR3), Ernesto Pousada, voltou a dizer nesta terça-feira (7), durante teleconferência de resultados do 3º trimestre, que a empresa deve comprar diesel russo “cumprindo todas as regras de compliance”, caso o preço seja favorável.
“É parte da política da companhia comprar o diesel russo”, disse, acrescentando que o ambiente ficou mais benigno em relação à importação de combustíveis. “É algo que a gente não controla”, citou.
“Nós vamos seguir importando por conta das nossas necessidades, para atender nossos clientes, da melhor maneira possível”, complementou.
Conforme ele, a Vibra vê na segunda quinzena de novembro e no mês de dezembro a chegada maior no país de combustível de fora. No meio do ano, o diesel russo, muito comercializado pelos postos de combustível sem bandeira (ou não bandeirados), chegou a tirar mercado da companhia.
“Nós fechamos em setembro com 26% de market share. Nós perdemos um pouco em julho, porque teve muito diesel russo”, disse. Entretanto, segundo ele, a Vibra tem foco em retomar o market share, mas buscando equilíbrio de volume e preço, para gerar o melhor resultado.
Questionados sobre a política de distribuição de proventos, os executivos da companhia informaram que ela seguirá em 40% do lucro como dividendo.
VBBR3: Ações sobe após balanço
Na bolsa, as ações da companhia ficaram entre os destaques de alta, avançando 5,61%, com os papéis cotados a R$ 21,64. No terceiro trimestre, a Vibra teve lucro de R$ 1,255 bilhão, revertendo prejuízo de R$ 61 milhões de um ano antes. O desempenho ficou acima do consenso da LSEG, de lucro de R$ 881,1 milhões.
Para o Itaú BBA, a Vibra (VBBR3) também reportou redução significativa de R$ 2 bilhões em sua dívida líquida, encerrando o trimestre com alavancagem de 1,9 vez dívida líquida sobre Ebitda.
Já o volume de vendas cresceu 4,3% na comparação trimestral, com maiores aumentos de volume para diesel e etanol, principalmente devido à sazonalidade, relata o banco.
Assim, o BBA referendou sua recomendação outperform (equivalente à compra) para a Vibra, com preço-alvo de R$ 28/ação.
‘Incansável’ contra adulteração de combustível
Um dos temas abordados pelos executivos foi o apoio ao movimento contra as irregularidades conhecidas do setor, que podem se traduzir em venda de maiores volumes à companhia.
“Nós vamos colocar um foco muito grande nas irregularidades que acontecem em nosso setor no que tange a adulteração de produtos e a sonegação de produtos. Queremos concorrentes que concorram no mesmo campo de jogo que a gente está. Seremos incansáveis nessa busca”, afirmou Pousada.
“Isso pode se refletir no resultado da companhia nos próximos anos. É uma luta que vai precisar de tempo, não de curto prazo. Mas a gente acredita que termos condições de reverter essa situação que o mercado se encontra, para gradualmente levar a Vibra e a indústria para outro patamar. Isso vai trazer um volume adicional”, acrescentou.
O executivo destacou que o movimento vem sendo realizado em conjunto com toda indústria, por meio do Instituto Combustível Legal. “É trabalhar forte e com as instituições para a gente reduzir o volume de adulteração e de sonegação (no setor de combustíveis)”, disse.
Além do Instituto Combustível Legal, ele afirmou que a companhia tem feito tratativas sobre o assunto com o governo federal por meio do Ministério das Minas e Energia, “para que a gente possa cada vez mais ter um controle maior de todas as questões de adulteração, evasão fiscal, aditivação de biodiesel no diesel”.
Combustível fóssil continua relevante
Durante a apresentação dos resultados do último trimestre, a Vibra ressaltou o trabalho para desenvolver o negócio de renováveis, mas Pousada disse que a companhia ainda analisa diversos aspectos desse portfólio.
“Combustível fóssil vai continuar sendo um produto bastante relevante nos próximos anos e nós vamos colocar bastante foco em extrair mais valor nesse negócio”, argumentou.
“Vamos olhar com muito carinho nossos negócios de energia renovável, no sentido de ver melhor modelos e caminhos que gerem mais valor para os nossos acionistas”, pontuou.