Fonte: Info Money / imagem: RAIZEN
Na sessão da véspera, as ações de distribuidoras de combustíveis tiveram uma sessão de fortes perdas. As ações da Raízen (RAIZ4) – joint venture entre Cosan (CSAN3) e Shell – fecharam em baixa de 5,46%, Vibra (VBBR3) teve desvalorização de 5,26%, enquanto Ultrapar (UGPA3) teve queda menos expressiva, mas ainda de 2,20%.
Já nesta quarta-feira (6), a sessão é de recuperação para alguns ativos. Às 14h20 (horário de Brasília), RAIZ4 subia 3,76% (R$ 3,59) e Ultrapar (UGPA3) avançava 2,65% (R$ 25,58), enquanto Vibra ainda tinha leve queda de 0,36% (R$ 21,90).
Na véspera, duas notícias afetaram as ações do setor.
A primeira foi um ruído sobre a Petrobras voltar a ter postos de combustíveis. De acordo com reportagem do Valor Econômico, citando uma fonte do alto escalão da estatal, a petrolífera pretende rediscutir as cláusulas de não concorrência com a Vibra para voltar a ter postos de combustíveis no Brasil.
Além disso, de acordo com informações do EPBR, o Conselho Nacional de Política Energética do Brasil (CNPE) poderia aprovar plano com mudanças para descentralizar o setor de distribuição de combustíveis.
Dentre as alterações, estaria a possibilidade de alocação de volumes fixos para distribuidores regionais, conforme determinação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Na prática, a Petrobras “seria obrigada a garantir uma quantidade mínima de combustível para postos sem bandeira no Brasil”, de acordo com o Bradesco BBI.
Os distribuidores regionais são chamados também de “brancos”, uma vez que não possuem as bandeiras das marcas Ipiranga (da Ultrapar (UGPA3), Shell (da Raízen (RAIZ4)) ou BR (da Vibra (VBBR3). A medida sugere um limite máximo de participação de mercado e, por isso, poderia limitar a presença das três maiores distribuidoras.
“Acreditamos que as notícias de hoje [ontem] adicionam mais incerteza ao setor de distribuição de combustíveis no lado regulatório (notícias anteriores de novembro indicavam que o governo federal pretendia criar um sistema de monitoramento de preços de combustíveis)”, considera o Goldman Sachs.
O banco destacou que a visibilidade ainda era limitada sobre os termos reais do plano, mas que havia expectativa de reação negativa entre as empresas listadas, o que de fato ocorreu ontem.
O BBI, por sua vez, considerou que a reação de mercado foi “exagerada”, uma vez que ainda não há confirmação sobre a presença do requisito na agenda oficial do CNPE, nem tampouco se será votado. Além disso, a resolução não teria caráter coercitivo, de acordo com a análise, e seria necessário que a questão fosse discutida em outras esferas, como autoridade antitruste, a própria ANP e o Congresso.
“Mesmo que isso seja aprovado, a resolução garante o acesso de pequenas empresas de distribuição às cotas da Petrobras para evitar que essas cotas desapareçam e garantir a competição no mercado. Qualquer cota futura estabelecida precisaria estar alinhada com a capacidade dessas pequenas empresas de entrega; caso contrário, isso poderia representar riscos de fornecimento”, reforça o BBI.
(com Reuters)