Fonte: O Globo / imagem: Petrobras
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou aprovar nesta sexta-feira o nome de Renato Galuppo, indicado pelo governo para um dos cargos vagos como conselheiro da companhia.
“O processo de análise e de eleição foi submetido aos procedimentos de governança aplicáveis, não tendo sido constatado qualquer impedimento para assunção de cargo de administração na companhia”, disse a estatal, em comunicado.
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A indicação do advogado (que irá substituir Efrain Cruz, ex-secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia) faz parte da estratégia do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de ampliar a sua influência dentro da empresa, num contexto de embates com o presidente da estatal, Jean Paul Prates.
Silveira e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, têm usado o Conselho de Adminstração para influir na gerência da empresa e manter políticas defendidas pelo governo.
Prates, por sua vez, diz a aliados que tem uma relação de confiança com Lula e que a ida do presidente à refinaria de Abreu e Lima (PE) nos últimos dias é uma prova disso.
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Galuppo chegou a ser indicado no ano passado, mas teve o nome vetado por ter ligação com um partido político. Agora, o nome de Galuppo foi aprovado pelas instâncias internas de governança.
A política do governo para a empresa está orientada no fim do preço de paridade de importação (PPI) nos preços de combustíveis, na redução do pagamento de dividendos, integração da empresa, aumento do conteúdo local, um plano de investimentos maior que de gestões anteriores como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), investimentos em transição energética e gás natural e a retomada dos investimentos em fertilizantes.
No primeiro ano de governo, no entanto, houve uma série de embates entre o presidente da Petrobras e integrantes do Conselho de Administração indicados por Silveira e Costa.
Uma das primeiras divergências foi sobre o preço dos combustíveis — Silveira chegou a cobrar publicamente a empresa. Depois, a diretoria-executiva da companhia mudou o PPI, o que ajudou a reduzir o preço no ano passado.
Não houve mudanças, porém, no querosene de aviação. Na próxima semana, Silveira, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, devem se reunir com a Petrobras para pressionar por uma redução nos preços do combustível de aviação num momento em que o governo busca ajudar o setor aéreo.
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Outro embate mediado pelo Conselho de Administração foi com relação ao pagamento de dividendos. O governo pedia uma redução do pagamento de 60% do fluxo de caixa livre (FCL) para 45% do FCL. Coube ao Conselho estabelecer esse percentual, após a diretoria discutir uma proposta de dividendo maior.
Também partiu do conselho mudanças para a Petrobras voltar a investir em petroquímica e fertilizantes. Outro embate no Conselho foi a possibilidade de a Petrobras comprar eólicas na Escócia, que acabou não prosperando.
Para este ano, um dos temas que o Conselho terá que deliberar será a reabertura da subsidiária da Petrobras na China e o aumento do conteúdo local nas compras da Petrobras.