Fonte: Diario do Comercio-MG / Imagem: Sindigás

Em 2023, crescimento global de vendas foi de 0,53%, aponta Sindigás; especialistas falam em alta entre 1% e 1,5%

Depois de um crescimento global nas vendas de 0,53% em 2023, a perspectiva é que o desempenho das distribuidoras de gás liquefeito de petróleo (GLP), ou seja, o gás de cozinha, neste ano possa superar o do ano anterior, segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello.

Só que para que isso se concretize, na avaliação do dirigente, é necessário que o desempenho das variáveis macroeconômicas seja positivo, com destaque para crescimento do emprego e da renda do consumidor neste ano, bem como que a atividade produtiva esteja aquecida. “Com os níveis atuais de atividade econômica, a perspectiva para 2024 é positiva”, diz.

Até o momento, o cenário se mantém positivo, já que no último dia 22, analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) subiram a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) e reduziram a da inflação para este ano, segundo informações do boletim Focus.

O dirigente não fala em percentuais de crescimento. Entretanto, especialistas no segmento afirmam que é possível crescer entre 1% a 1,5% em 2024. E Minas Gerais tem participação relevante no segmento, já que é o segundo maior mercado consumidor do País, com mais de 10% do total, só perdendo para São Paulo.

Em janeiro deste ano, o consumo aparente de botijões de 13 quilos foi de 4,35% frente a igual mês de 2023. As outras embalagens apresentaram alta de 5,12% no período. O incremento total, considerando todos os tipos de cilindros, foi de 4,58%.

O consumo brasileiro é da ordem de 7,3 milhões de toneladas anuais. Em 2023, o Estado consumiu 772 mil toneladas de GLP e o vizinho São Paulo, 1,755 milhão. A terceira posição foi ocupada pelo Paraná, com 562 mil toneladas.

Mercado Potencial de GLP

Para ele, ainda há um grande mercado a ser conquistado, a partir do momento que o consumidor perceber as vantagens econômicas e ambientais na comparação com outras matrizes energéticas. “O GLP é mais competitivo, por exemplo, que o gás natural para o consumo residencial. Outra vantagem é a diversidade de fornecedores que oferecemos ao nosso consumidor”, diz.

Além disso, Mello destaca que o setor tem uma ampla cobertura nacional, já que está presente em praticamente 100% dos municípios brasileiros, diferente do gás natural que precisa viabilizar uma infraestrutura e hoje está presente, em especial, nos grandes centros.

Ele destaca os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que 91% dos lares brasileiros declaram utilizar GLP e 96% dos lares afirmam estar equipados para consumir GLP. “São cerca de 35 milhões de botijões de 13 quilos vendidos por mês no Brasil, com tempo médio de entrega de 17 minutos, o que mostra a nossa eficiência logística”, observa.

São 22 distribuidoras no País e cerca de 60 mil revendas. Em torno de 71% das vendas do setor são de cilindros de até 13 quilos. “A nossa segmentação é pautada na segmentação por embalagem. A estimativa é que 82% das vendas sejam para residências”, diz.

De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2023, referente ao ano de 2022, a lenha ocupa 25,9% de participação na matriz energética residencial e o GLP, 22,1%. “Em torno de 8% a 20% dos lares consomem lenha, o que não quer dizer, que é exclusivamente. Afinal, há residências que podem usar ocasionalmente ou para complementar”, explica. O dirigente destaca que a eficiência da lenha é baixa, cerca de 4%.

Além da importância do crescimento da atividade econômica nos negócios do setor, a atividade pode crescer com medidas governamentais para reduzir a pobreza energética. “Outro desafio é o cultural. O consumidor está acostumado a consumir energia elétrica e não percebe que o chuveiro a gás, por exemplo, é mais competitivo que o elétrico”, diz.

Consumo de GLP em 2023 foi considerado satisfatório

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, avalia o resultado do setor em 2023 como satisfatório. “Foi bom, mas não foi espetacular”, define.

No ano passado, o consumo do GLP nas embalagens de até 13 quilos teve recuo de 0,99%, enquanto que para botijões acima de 13 quilos foi verificado incremento de 4,06%. “O resultado já era esperado, já que a maior parte das pessoas voltou a trabalhar de forma presencial. Logo, o consumo nos refeitórios e restaurantes, por exemplo, voltou a crescer”, diz.

Ele explica que aconteceram mudanças no mercado pós-pandemia, período e que as vendas de botijões de até 13 quilos tiveram alta de 4% a 5%, fruto do consumo do GLP para alimentação nos lares, ao mesmo tempo, com a redução da atividade econômica, as embalagens maiores do produto tiveram recuo de 10% a 15% no período. O resultado geral foi de crescimento de 0,53% em 2023 na comparação com o exercício anterior.

O dirigente observa que, apesar do aumento do desemprego na época, as vendas de embalagens menores não foram impactadas de forma relevante graças à ajuda do governo federal por meio do auxílio emergencial. “O GLP é um bem de primeira necessidade”, destaca.

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