Fonte: Sindigás

A tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, que devastou cidades e deixou regiões inteiras em estado de calamidade, reafirmou um atributo incontestável do GLP: a sua capacidade de chegar a todos os lugares nas situações mais adversas. É fato que o comprometimento do setor com o abastecimento e o bem-estar das populações é sempre decisivo na mobilização de esforços que permitem levar essa energia excepcional aonde se faz necessário.

O GLP, definitivamente, tem na sua mobilidade o seu maior trunfo. Por ser facilmente transportável e armazenável em embalagens de pequeno porte, as possibilidades logísticas de entrega do produto são menos vulneráveis aos danos de infraestrutura causados por intempéries. Essa característica facilita sobremaneira seu consumo em regiões afetadas por eventos climáticos extremos. Todo e qualquer modal pode ser utilizado para transportar o GLP. Se não for de caminhão ou outro veículo por via terrestre, as embalagens podem ser entregues de barco, canoa, bote. O importante é que sempre chegam. A entrega é garantida.

Como ocorreu em outros contextos emergenciais, o GLP foi a energia que supriu, sem interrupções, necessidades básicas de populações atingidas, devolvendo a elas alguma sensação de normalidade. No caso do Rio Grande do Sul, as mais de 200 Cozinhas Solidárias só foram possíveis graças a esses atributos mencionados do produto e a uma grande força-tarefa envolvendo as empresas distribuidoras associadas ao Sindigás, que doaram botijões de gás (mais de 115 mil quilos de GLP), com entrega na porta de cada cozinha. É preciso louvar ainda o papel das empresas que, para além dessa contribuição, abriram diversas frentes de atendimentos sociais e responderam às demandas em linha com os movimentos da sociedade civil de forma imediata.

O esforço de empregados do setor, que retornaram ao trabalho mesmo tendo sido eles próprios duramente atingidos pelas chuvas, foi essencial. Sem a participação incansável das equipes tal operação seria inviável. Eles demonstraram, assim, sua conscientização sobre a utilidade pública do energético: vários trabalhadores se desdobraram atuando em regime especial para que o abastecimento fosse garantido. Destaca-se também a bravura dos revendedores, parceiros comerciais que perderam, em alguns casos, suas casas e veículos de transporte, mas se reorganizaram prontamente, de forma a evitar o desabastecimento do mercado.

Importante destacar a coordenação do Ministério de Minas e Energia e da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na coordenação dos esforços de produtores, distribuidores e revendedores nas milhares de ações para garantia do suprimento, mesmo com dezenas de vias obstruídas e cidades isoladas.

O rápido atendimento à demanda por GLP feita pelo Ministério de Minas e Energia, Ministério de Desenvolvimento Social e da Secretaria Geral da Presidência da República foi crucial para dar o mínimo de conforto e bem-estar às famílias beneficiadas pelas Cozinhas Solidárias, as quais perderam suas casas com as enchentes. Essa mesma manutenção de bem-estar, provida pelo GLP, em situações de catástrofes naturais, já foi observada em outras ocasiões no Brasil, como durante as enchentes de 2011 em Santa Catarina, que deixaram 83 municípios em situação de emergência. Também em outros países das Américas há muitos exemplos. Vale destacar os terremotos no Chile com extensas áreas atingidas e o caso emblemático do furacão Irma, ao devastar ilhas inteiras na América Central e causar sérios prejuízos ao sul dos EUA. Nessas regiões, o energético supriu com êxito necessidades de iluminação e calefação, cocção, aquecimento de água e geração de energia elétrica por meio de geradores.

Voltando ao Rio Grande do Sul, o trabalho continua e estamos orgulhosos de tudo que foi feito até agora. Entretanto, ainda não começamos a calcular o tamanho e os efeitos dos estragos sofridos para o setor de GLP. O momento é de manter a engrenagem de distribuição funcionando e a sociedade atendida, preferencialmente sem impactos nos custos para os que já tanto sofrem com a catástrofe.

Sergio Bandeira de Mello

Presidente do Sindigás

Categorias: Sindigás Opina

Copyright © 2016 - Sindigas - www.sindigas.org.br — Todos os direitos reservados - Política de Privacidade