Fonte: Sindigás
Energia é essencial para o desenvolvimento e crescimento econômicos. A demanda segue crescendo, ao mesmo tempo em que aumenta o interesse por fontes limpas e sustentáveis. Na agenda global, os gases combustíveis vêm conquistando espaço como energia de transição para um mundo com menos pegada de carbono, especialmente no atual contexto atual, em que se multiplicam as preocupações com os efeitos severos das mudanças climáticas, oriundas do aquecimento global.
O GLP tem enorme potencial para ser um poderoso aliado desse processo de transição por ser menos agressivo ao meio ambiente e ter ampla versatilidade de usos. É eficiente não só no uso residencial, mas tem inúmeras aplicações nos diferentes segmentos industriais, em uma ampla gama de estabelecimentos comerciais, no setor de serviços e no agronegócio. Além disso, é um energético abundante, de alta capilaridade, facilmente transportável, com baixo custo de implementação e extremamente seguro.
Os formuladores de política pública devem ter um olhar atento para o GLP, pois não são poucos os seus atributos. O Brasil precisa eliminar barreiras que impedem o aproveitamento dos benefícios deste energético em áreas como motores e geração de energia elétrica, entre demais oportunidades que o país perde devido a uma legislação anacrônica e limitante. É imperativo a revisão dessas normas impeditivas que estão na contramão do futuro.
A maioria dos geradores hoje, para exemplificar de forma concreta, é movida a diesel, cuja queima libera gases e material particulado prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Por outro lado, temos o GLP, uma excelente alternativa ao diesel, que apresenta queima mais limpa, resultando em vantagens inigualáveis no aspecto da emissão de poluentes. E vale ressaltar que o custo da energia gerada pelo GLP, por vezes, é menor quando comparado a outras fontes.
No que tange a custos, a expansão da atuação do GLP traz ainda um ganho correlato que diz respeito ao aumento de escala, podendo resultar em redução, tanto para os novos fins quanto para os atuais consumidores. O conjunto da sociedade brasileira tiraria muito proveito, nesse processo de transição energética, ao ter mais liberdade de escolha com a inclusão do GLP entre as opções de energia disponíveis para novos usos. Negar essa possibilidade seria como cercear a liberdade da sociedade de decidir pelo energético que mais lhe convém.
É necessário prezar, portanto, pela estruturação de um ambiente regulatório capaz de promover a competitividade entre as energias e atrair novos investimentos para o setor, a partir da inclusão do GLP em uma cesta de opções com vistas a uma matriz energética mais limpa e sustentável. O Brasil precisa dar passos à frente nessa agenda tão premente. E não há dúvidas de que o GLP é uma energia excepcional, parceira de primeira hora para trilhar essa jornada extremamente desafiadora.
Sergio Bandeira de Mello
Presidente do Sindigás