Fonte: Sindigás

Curioso como convivemos bem com o botijão de gás. Temos uma relação de muita confiança com esse vaso de pressão instalado perto de um fogão aceso. O ideal é instalar o botijão em uma área externa e trazer o gás por um duto até o ponto de consumo, mas, no Brasil, ele costuma estar próximo ao fogão.

Essa prática só é possível devido à segurança do botijão, que, diferentemente de uma garrafa de álcool, apresenta um risco mínimo de incidente. Essa confiança é um privilégio resultante de um sistema bem estruturado, diferindo do modelo norte-americano, onde as embalagens não são recircularizáveis. Nos EUA, o consumidor é responsável pela manutenção dos cilindros, o que leva a um sistema mais restritivo, proibindo o uso interno dos botijões.

O modelo brasileiro delega a responsabilidade da manutenção às distribuidoras, garantindo que os vasilhames estejam sempre em perfeito estado. Isso reduz os custos de fiscalização do Estado, centraliza a requalificação das embalagens e impede a proliferação de pequenas oficinas de manutenção, o que poderia elevar os custos e comprometer a segurança.

Ainda assim, há dúvidas sobre a segurança dos botijões e relatos de explosões em noticiários. A realidade é que, na maioria dos casos, os incidentes decorrem de vazamentos nos equipamentos de consumo ou nas instalações, devido à falta de manutenção preventiva.

Os botijões de 13 kg possuem uma válvula fusível dispositivo de segurança que, ao atingir uma temperatura elevada, libera o gás do cilindro gradualmente, impedindo a explosão. Essa prevenção faz toda a diferença e reforça a segurança do sistema.

Então, podemos afirmar que o botijão de gás é seguro, mas alguns cuidados são essenciais:

  • Instalação em locais ventilados, naturalmente, para garantir uma rota de escape para o gás;
  • Manutenção periódica das instalações, evitando vazamentos;
  • Posicionamento longe de ralos para evitar acúmulo de gás em tubulações;
  • Verificação periódica das mangueiras e reguladores, que possuem validade de cinco anos e podem ressecar com o tempo;
  • Nunca deitar ou virar o botijão de gás, pois isso pode comprometer o funcionamento da válvula de consumo;
  • Sempre utilizar mangueiras e reguladores certificados, com a marca do INMETRO;
  • Durante a troca do botijão, nunca utilizar ferramentas para apertar o regulador, pois isso pode danificar o regulador e a válvula de consumo;
  • Caso sinta cheiro de gás, não acenda luzes ou provoque faíscas, ventile naturalmente o ambiente e feche o registro do botijão imediatamente.

É importante ressaltar que, dentro do contexto da segurança, o mês de abril é marcado pela campanha Abril Verde, dedicada à conscientização sobre a segurança e saúde no trabalho. Embora o foco principal do Abril Verde seja a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, os princípios de segurança e prevenção se aplicam a todos os aspectos de nossas vidas, incluindo o uso seguro de botijões de gás em nossos lares.

O GLP é seguro, desde que utilizado corretamente. A confiança que temos nesse sistema vem de uma regulação econômica bem estruturada, que incentiva investimentos constantes na segurança das embalagens e permite ao Estado fiscalizar eficientemente. Graças a esse modelo, o Brasil está entre os países mais seguros do mundo para o uso de GLP. E é sempre bom reforçar: botijão não explode!

Sergio Bandeira de Mello

Presidente do Sindigás

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