Portabilidade está na moda. Não há quem desconheça o termo ou não tenha experimentado esse benefício, que facilitou a vida do consumidor. A mais conhecida é a telefônica, mas existe ainda a bancária, a de planos de saúde e, entre outras, a do botijão de gás. Parece estranho falar em portabilidade do botijão de gás, mas o produto foi o pioneiro na área e, certamente, a portabilidade do botijão de gás faz parte da rotina de milhões de famílias. Há várias décadas.
Se em outras áreas, o serviço de portabilidade pode ser complicado e muitas vezes envolto em burocracias, no mercado de Gás LP, a portabilidade é uma característica intrínseca do produto. Na prática, se traduz na possibilidade de o consumidor entregar, na hora da compra, o seu vasilhame vazio, seja de que marca for, e poder adquirir um botijão de gás da marca que escolher, mesmo que seja diferente daquela impressa no botijão que entregou. Isso significa que, a cada mês, o consumidor pode fazer uma opção de compra diferente, variar de fornecedor à vontade, mesmo se a embalagem que tiver em casa for de um concorrente. Sem burocracia, sem custo extra, sem demora ou justificativas.
São as empresas distribuidoras, com seus parceiros revendedores que criam um sistema logístico e de informação incrivelmente eficiente, em uma grande câmara de compensação onde, sem dar trabalho ao consumidor faz-se o troca-troca. O ganhador é o consumidor que se beneficia do investimento dos setores de revenda e distribuição neste sistema que estimula a competição e as opções do consumidor final. Mais que um direito formal, o consumidor tem, de fato, liberdade de escolha.
Não à toa o sistema bem-sucedido de portabilidade no setor de Gás LP do Brasil é exemplo e referência para vários países do mundo. Os vizinhos Argentina, Uruguai e Colômbia, por exemplo, com alguma frequência, costumam visitar o Brasil para absorver o know-how da nossa indústria. É um tipo de portabilidade sem precedentes, a qual não tem similar, altamente eficiente e, ao mesmo tempo, extremamente desafiadora, dado o volume de vendas e a alta capilaridade do setor. É o exemplo número um de portabilidade.
O destaque tem razão de ser. No Brasil, são comercializados, somente em embalagens de até 13 kg, cerca de 34 milhões de embalagens das quais mais de 9 milhões são “destrocadas”, ou seja, o consumidor sabe que existe e exerce seu poder de compra com total magnitude, estabelecendo um padrão de serviços cada vez mais elevado e de alta de concorrência, em um setor sobre o qual paira a falácia de baixo patamar de competição. O poder de escolha, com a portabilidade, está nas mãos do consumidor. E a sociedade só tem a ganhar com isso.
Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás
0 comentário